É comemorado mundialmente nesta terça-feira, 8, o Dia Internacional da Mulher. Embora sejam muitas vezes lembradas apenas nesta data, as mulheres que se dedicaram ao progresso da ciência e da tecnologia fazem parte da história da humanidade e, por isso, devem sempre ser destacadas por suas contribuições ao mundo como o conhecemos hoje.
De acordo com a Unesco, apenas 28% das pessoas envolvidas em pesquisas científicas ao redor do mundo são mulheres. Entre 1901 e 2015, apenas 17 mulheres receberam prêmios Nobel em ciência. Aproveitando a data para corrigir esta discriminação histórica, o site Open Mind listou cinco mulheres que nem sempre aparecem em livros de ciência, mas que não deveriam ser esquecidas.
Merit Ptah
Diversas referências espalhadas por ruínas do antigo Egito apontam para ela como a primeira mulher cientista cujo nome é conhecido até os dias de hoje. Merit teria vivido em meados dos anos 2700 a.C., durante a segunda dinastia no período arcaico do Antigo Egito. Citada como “chefe dos físicos” em alguns registros históricos, ela provavelmente foi contemporânea a Imhotep, o arquiteto das pirâmides de Sacará considerado o primeiro cientista a ter seu nome reconhecido na História.
Emilie du Châtelet
Também conhecida como a Marquesa de Châtelet, Gabrielle Émilie Le Tonnelier de Breteuil dedicou boa parte de sua vida à ciência. Nascida em 1706, ela teve um romance com François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, com quem dividiu a paixão pelos estudos. Ambos competiram por um prêmio na Academia de Paris com estudos sobre as propriedades básicas do fogo. O trabalho de Emilie chegou a prever a descoberta da radiação infravermelha, e foi o primeiro estudo feito por uma mulher a ser publicado pela Academia Francesa.
Caroline Herschel
Você certamente conhece William Herschel, o cientista mundialmente famoso por ter descoberto o planeta Urano. Porém, poucos conhecem sua irmã, Caroline Herschel. “Condenada” pelos pais ao serviço doméstico contra a sua vontade, foi só quando se mudou para a Inglaterra ao lado do irmão que passou a se interessar e descobrir a ciência. Entre longos e extensos trabalhos voltados à astronomia, é de Caroline também o crédito por ter sido a primeira mulher a catalogar um cometa.
Mary Somerville
Como tantas mulheres da época, e muitas até os dias de hoje, Mary Somerville teve de enfrentar a oposição da família, do marido e da sociedade para poder se dedicar aos estudos. Seu toque influenciou boa parte das grandes descobertas do século XVIII, como a sugestão da existência do planeta Netuno (provada matematicamente anos mais tarde); e também foi tutora de Ada Lovelace, considerada a primeira programadora do mundo.
Mary Anning
O título de “maior caçador de fósseis que o mundo já conheceu” cabe a esta paleontologista amadora nascida em 1799. Foi ela quem descobriu o primeiro esqueleto de um Ictiossauro, o primeiro de um Plesiosauria e de um Pterossauro fora da Alemanha, entre muitas outras espécies. Muito pobre e sem formação acadêmica, Mary era obrigada a vender a maioria dos fósseis que encontrava para turistas de outras partes do mundo. Por isso, boa parte do seu trabalho jamais recebeu o devido crédito.