O e-Residency estoniano permite que qualquer um seja um cidadão digital do país

Roseli Andrion08/11/2019 23h00, atualizada em 09/11/2019 22h00

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

*De Talin, na Estônia

Um dos grandes destaques da política tecnológica do governo estoniano é a e-Residency. Com ela, qualquer interessado pode se tornar um cidadão digital do país. O objetivo é atrair startups de tecnologia que buscam um ambiente amigável para se desenvolver e que querem expandir seu alcance para atuar no mercado europeu. Não à toa, o país é considerado o mais gentil para essas empresas.

O Brasil é o 29º colocado entre os países que mais apresentam pedidos para obter o e-Residency — em primeiro lugar está a vizinha Finlândia. Atualmente, 543 brasileiros são cidadãos digitais da Estônia. Além disso, o brasil está entre os 30 países que mais têm empresas por lá: são 77. A nação com mais representantes corporativos é a Ucrânia. Hoje, são mais de 57 mil residentes digitais e mais de 7.300 empresas, vindos de 167 países.

Entre os pilares da governança eletrônica estoniana está a assinatura digital. É ela que permite certificar os mais variados documentos. E usá-la é bastante fácil, já que basta ter o cartão de identidade. Graças a ela, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) são economizados anualmente. Cada cidadão deixa de gastar cinco dias por ano apenas por não usar assinaturas comuns.

A garantia de segurança para todos os serviços digitais da Estônia vem do blockchain. Tudo por lá é certificado com essa tecnologia. Não à toa, o país é hoje a sede do Centro de Excelência de Defesa Cibernética Cooperativa da OTAN e da Agência Europeia de Tecnologia da Informação.

Além disso, depois dos ataques digitais que sofreu em 2007 — e que derrubaram os sites do governo local —, a administração federal estoniana decidiu criar embaixadas de dados em outros países, como Luxemburgo. Assim, tem uma redundância que permite acesso aos serviços públicos mesmo que haja novas investidas contra sua rede.

Ao longo dos 25 anos que investiu nessa proposta, a Estônia provou que é possível transformar processos e fazer tudo ficar mais eficiente com o uso adequado da tecnologia. E isso sem deixar sua capital perder o charme medieval.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital