Startup usa baixa tecnologia via SMS no combate à tuberculose

Com sede em Tel Aviv, a startup Keheala busca melhorar o acesso à saúde e os resultados de tratamento contra tuberculose via lembretes por mensagem de texto
Redação07/11/2019 16h30, atualizada em 07/11/2019 17h30

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Apesar de ser uma doença curável, a Tuberculose (TB) mata 1,6 milhões de pessoas por ano e é uma das principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dos fatores que caracteriza o alto número de mortes é a falta de supervisão e apoio, levando pacientes a não finalizarem o tratamento.

Ao notar esse problema, uma startup de Israel, a Keheala, trabalha no acesso à saúde, além de abordar os resultados do tratamento com os pacientes via lembretes em mensagens de texto.

Fundada em 2014, a empresa desenvolveu uma solução de “baixa tecnologia” para motivar a adesão ao tratamento e incentivar seus pacientes tomarem seus medicamentos pelo período recomendado. A empresa usa recursos básicos do telefone como SMS aliada a estratégias de ciência comportamental em uma plataforma baseada no USSD (Dados de Serviços Suplementares não Estruturados).

A plataforma entrega lembretes, informações sobre a doença e permite auto verificação do tratamento, simplificando e informando o processo do atendimento.

“Eles podem receber um ‘push’ via SMS com lembretes para tomar seus remédios, e podem auto-verificar se eles tomaram, além de se conectar com apoiadores e mentores”, afirmou o fundador e CEO da startup, Jon Rathauser. Caso o paciente responda, mais mensagens de texto são enviadas, seguidas por telefonemas dos apoiadores de Keheala para verificar a aderência ao tratamento e se a pessoa precisa de algum auxílio.

Rathauser ainda comentou que usa a psicologia comportamental para incentivar as pessoas a tomarem seus medicamentos, cuidarem de si mesmas e do seu redor. Segundo um estudo realizado pela startup em colaboração com o MIT, 96% dos pacientes clínicos no Quênia alcançaram resultados bem-sucedidos.

A escolha por um serviço com “baixa tecnologia” não foi à toa, uma vez que a Keheala atua em países com pouco acesso à internet e smartphones. A empresa atua com 16 mil pessoas no Quênia e 4 mil no Zimbábue. “Nós nos concentramos no mundo em desenvolvimento e nos mercados emergentes, por isso não é um aplicativo, porque para isso você precisaria de um smartphone e nem todo mundo tem um”, disse Rathauser. Na África, oito a cada dez pessoas têm um celular, mas não necessariamente um smartphone.

Os planos futuros da Keheala incluem atender mais pessoas com tuberculose e iniciar o serviço com pacientes com HIV, diabetes e doenças cardiovasculares. Atualmente, a startup possui sede em Tel Aviv e escritórios em Nairóbi, Quênia.

Via: The Next Web

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital