Mais uma vez, a Tesla, fundada por Elon Musk, está envolvida em incêndios – desta vez, não de carros elétricos. A rede de varejo e supermercados Walmart está processando a fabricante de veículos elétricos e energia limpa depois de painéis solares da marca instalados na cobertura de sete lojas pegarem fogo, segundo o processo judicial.

A ação movida contra a fabricante alega violação de contrato, negligência grave e falha em cumprir os padrões da indústria. Por isso, no documento, o Walmart está pedindo à Tesla que remova painéis solares instalados em mais de 240 lojas da rede e se responsabilize pelos custos dos danos relacionados a todos os incêndios que, supostamente, o equipamento causou.

“Em novembro de 2018, sete lojas Walmart sofreram incêndios devido aos sistemas solares da Tesla”, declara o processo. O documento informa detalhes sobre como ocorreram as evacuações, os danos da propriedade e o inventário. Os valores das ações da Tesla caíram mais de 1% horas depois das notícias publicadas nesta terça-feira (20) pelo site CNBC.

O Walmart alega ainda que “a Tesla frequentemente empregou técnicos para inspecionar os sistemas solares que careciam de treinamento e conhecimento básicos [sobre a tecnologia]”. O texto do processo diz que a fabricante também não instalou os sistemas solar e elétrico adequadamente e que os painéis continham muitos defeitos visíveis a olho nu que a empresa de Musk deveria ter consertado para evitar os incêndios.

O processo do Walmart chega em um momento em que a Tesla vem tentado reerguer sua divisão de energia sustentável. No último domingo (18), Musk, CEO da fabricante, anunciou em uma série de tuítes que será possível alugar os sistemas residenciais de teto solar da marca sem exigência de contrato em seis estados selecionados dos Estados Unidos a partir de US$ 50 por mês. Porém, contrariando a fala do executivo, o site da companhia menciona uma taxa de US$ 1.500 caso o cliente queira retirar os painéis e restaurar o teto de sua residência.

A oferta – ainda confusa – de Musk é resultado de uma sequência de baixas da divisão, que chegou a instalar apenas 29 megawatts de energia solar no segundo trimestre de 2019, menor número da empresa em um trimestre. A divisão solar da Tesla, chamada inicialmente de SolarCity, foi adquirida por cerca de US$ 2,6 bilhões em 2016.

A SolarCity foi fundada e administrada pelos primos de Musk, Peter e Lyndon Rive. Antes de passar para o controle da Tesla, as ações da empresa eram avaliadas em cerca de US$ 575 milhões no final de 2015. No entanto, as ações despencaram e a dívida da companhia aumentou US$ 3,4 bilhões antes de ela virar propriedade da fabricante de carros elétricos.

Via: CNBC