O que esperar do novo Matrix

Futuros distópicos voltaram a ser moda, e tudo indica que o quarto filme da série, repaginado por uma das diretoras dos longas anteriores, cause muito barulho
Cesar Schaeffer21/08/2019 18h13

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O Olhar Digital noticiou, nesta terça (20), que a Warner confirmou a produção do quarto filme da série Matrix, 16 anos depois do lançamento do terceiro longa. O filme deve começar a ser produzido em 2020.

É um retorno curioso. Num tempo que agora parece distante, os anos 80, o estúdio que demorava mais de três anos para continuar algum longa de sucesso era acusado de dormir no ponto. Assim, a Columbia foi vista com certo desprezo por ter demorado cinco anos para fazer a continuação de Os Caça-Fantasmas (1984), perdendo assim uma boa oportunidade de faturar.

Naquela década em que, segundo um historiador americano, Hollywood parecia ter sido invadida por matemáticos, porque muitos filmes vinham acompanhados de um número (Rambo 2, De Volta para o Futuro 3, Rocky 4…), a indústria cinematográfica americana descobriu o potencial de séries de longas e entrou firme nesse tipo de produto.

Matrix surgiu em 1999, e foi seguido por dois longas inferiores, lançados ambos em 2003, separados por alguns meses: Matrix Reloaded e Matrix Revolutions. Todos foram dirigidos pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski, na época conhecidas como Os irmãos Wachowski.

Lana, mas não Lilly (ainda) foi confirmada no roteiro e na direção do quarto longa, assim como ator e atriz principal, Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss. Mas é curioso pensar que, de 2003 a 2019, muita coisa mudou no cinema e no mundo, a ponto de ser difícil partir de onde a série tinha terminado (embora em Hollywood tudo seja possível).

Os efeitos especiais evoluíram tanto a ponto de transformar O Rei Leão em uma espécie de aberração, ainda que a história, por preservar os mesmos caminhos da trama da animação original, ainda possa comover.

O digital transformou totalmente tanto a produção independente ou de menor orçamento quanto as superproduções dependentes dos efeitos especiais. Mas transformou ainda mais a maneira como consumimos filmes, com projeções em 4K ou 8K e plataformas de streaming invadindo todos os lares, num movimento igualável ao início da comercialização do aparelho de video cassete em 1977.

Principalmente, o cinema de super-heróis deixou de ser “um” filão de Hollywood para se tornar “o” filão, a ponto de Hollywood praticamente girar em torno da Marvel. Uma dominação inimaginável na época de Matrix Revolutions.

Nesse cenário totalmente modificado, a volta de Matrix pode significar uma nova possibilidade, acompanhando a volta, em outros termos, mas com o mesmo sentido comercial, de Blade Runner, poucos anos atrás, ou de O Vingador do Futuro, sem Schwarzenegger. Ou ainda do sublime Mad Max: Estrada da Fúria, que desenterrou a série encerrada em 1985.

Futuros distópicos voltaram a ser moda, e tudo indica que esse quarto Matrix, repaginado por uma das diretoras dos longas anteriores, o que é importante, cause muito barulho.

por Sergio Alpendre

Redator(a)

Cesar Schaeffer é redator(a) no Olhar Digital