Ao observarem uma estrela morta que girava rapidamente, uma equipe de astrônomos pode ter encontrado uma “falha”, um fenômeno conhecido há 50 anos, mas que ainda não foi resolvida. Na segunda-feira (12), um estudo que analisa especificamente o pulsar de Vela, um tipo de estrela de nêutrons, foi publicado na revista Nature Astronomy.

A pesquisa, liderada por Gregory Ashton, da Universidade Monash, na Austrália, analisa uma falha em Vela em 2016. Segundo Ashton, o estudo é “uma oportunidade única de observar esses objetos e entender o que está acontecendo”.

O que é um pulsar?

Depois do colapso de uma estrela, surge a supernova. Quando a supernova explode, o que resta é uma estrela de nêutrons. Portanto, a estrela de nêutrons é um dos estágios finais da vida de uma estrela. Ela possui a mesma massa do sol, mas está tudo envolto em um espaço físico muito menor, com cerca de 20 quilômetros de diâmetro. Esses dois recursos o tornam um dos objetos mais densos do universo. A estrela também gira rapidamente – no caso do pulsar de Vela, gira aproximadamente 10 vezes por segundo.

“À medida que a estrela de nêutrons gira, ela emite um feixe de radiação eletromagnética, como um farol. Este farol varre e, se ele passa pela Terra, é gravado por radioastrônomos”, explicou Ashton.

Esses pulsos de radiação eletromagnética dão nome ao pulsar, e podemos captar o sinal intermitente aqui na Terra.

A falha

Ashton explica que, ao pulsar, a estrela diminui a velocidade de rotação aos poucos, mas no caso de Vela, ela aumentou. Segundo o pesquisador, esse efeito é pequeno, mas detectável, e neste caso, uma equipe da Universidade da Tasmânia conseguiu gravar este evento como aconteceu em 2016.

A equipe de Ashton reanalisou os dados coletados pelo estudo anterior e confirmou a falha, mostrando que Vela acelerou em uma volta.

Eles também descobriram um fato curioso: a estrela de nêutrons experimentou uma desaceleração inesperada um pouco antes de voltar a girar. Ashton acredita que a própria desaceleração pode ter sido a causa da falha, embora não tenha nenhuma prova.

“Há muitos mistérios envolvendo estrelas de nêutrons, incluindo o por que elas falham”, disse Ashton. “Nós temos 50 anos para descobrir o motivo, e até agora, não temos uma resposta conclusiva”.

Fonte: CNet