Funcionários da Huawei trabalharam para o exército chinês

Estudo afirma que colaboradores da chinesa atuavam junto à inteligência militar chinesa; companhia nega
Redação16/07/2019 18h59, atualizada em 17/07/2019 11h38

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Depois que Donald Trump voltou atrás e permitiu que empresas voltassem a comercializar com a Huawei, a chinesa pôde dar um suspiro de alívio, mas, para quem observa um pouco criticamente a indústria, o que ficou foi uma confusão: como a empresa que há poucas semanas era considerada uma ameaça à segurança nacional dos EUA, de repente, agora é segura?

Uma investigação recente revelou que a companhia está contratando ativamente ex-funcionários do Estado chinês que foram incumbidos de espionagem industrial de empresas ocidentais. O estudo foi conduzido por Christopher Balding, professor associado da Fulbright University Vietnam, e pelo grupo de pesquisa conservador Henry Jackson Society, sediado em Londres. A investigação inspecionou currículos de funcionários da Huawei que vazaram on-line de bancos de dados não protegidos e de sites de empresas de recrutamento.

Um dos documentos descreve um funcionário da Huawei que também ocupou um cargo em uma universidade militar por meio da qual os estudantes eram empregados do Exército de Libertação Popular da China (PLA). Ele estava ligado às capacidades militares, cibernéticas e de guerra eletrônica dos militares chineses.

Outro CV descreve um colaborador da empresa que era representante de uma estrutura do governo responsável pela espionagem e inteligência. O estudo afirma que a pessoa “se envolveu em comportamentos que descrevem tentativas de “plantar” tecnologia ou software de captura de informações em produtos da Huawei”.

Reprodução

A chinesa respondeu à investigação dizendo que não poderia verificar os currículos em questão e, portanto, não poderia confirmar a veracidade de todas as informações publicadas on-line. Além disso, afirmou que mantém políticas rígidas para contratar candidatos com experiência militar ou governamental. “Durante o processo de contratação, esses candidatos são obrigados a fornecer documentação provando que terminaram seus relacionamentos com os militares ou o governo”.

“Esperamos que quaisquer trabalhos de pesquisa contenham menos conjeturas ao tirar suas conclusões, e evitem tantas declarações especulativas sobre o que o Professor Balding ‘acredita’, ‘infere’ e ‘não pode descartar'”, acrescentou um porta-voz da empresa.

O professor Christopher Balding respondeu ao comentário da Huawei sobre o estudo. “Nós não estamos afirmando que a contratação de ex-militares é uma frente de espionagem (…). Estou dizendo, nas próprias palavras do pessoal da Huawei em seus currículos, que eles ocuparam posições duplas para a inteligência chinesa e unidades de guerra eletrônica enquanto trabalhavam para a Huawei, recebendo ordens ou coordenando [estratégias] com o Estado chinês. Isso é o que é profundamente preocupante”.

Via: phone Arena

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital