O Facebook compartilhou seus próximos passos relacionados à monetização da rede social durante a conferência de criadores de vídeo VidCon. A notícia confirma uma reportagem publicada ainda no início desse ano, pelo TechCrunch, que já adiantava que a rede social passaria a faturar 30% das receitas de assinaturas.

No início de 2018, o Facebook passou a oferecer assinaturas para fãs. Elas permitiam que os criadores cobrassem US$ 4,99 (aproximadamente R$ 20) por mês daqueles que optassem por acessar conteúdos exclusivos, além de dar a eles um selo de fã. Durante esse período de teste inicial, a rede social permitiu que os criadores de conteúdo ficassem com a receita integral das assinaturas — exceto a taxa cobrada pela Apple e pelo Google em assinaturas mobile.

Na semana passada, a diretora de monetização de mídia, Kate Orseth, disse em entrevista coletiva que o Facebook deseja que os criadores mantenham 70% da receita de assinaturas (menos impostos e taxas aplicáveis). Enquanto as plataformas móveis cobravam 30% de taxa nas assinaturas, durante o primeiro ano do serviço, o Facebook não pegou ficou com essa fatia. Agora, no segundo ano, depois que as plataformas baixarem sua participação para 15%, o Facebook vai passar a ficar com os outros 15%.

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Novamente, essas mudanças serão aplicadas nas assinaturas de celular — que, segundo Orseth, representam a maioria das assinaturas até o momento. Nos desktops, o Facebook fatura os 30% cheios desde o início. Também podemos adicionar a isso a uma taxa de assinatura de 5% cobrada pelo Patreon, uma de 30% cobrada pelo YouTube e uma taxa de 50% cobrada pelo Twitch. Orseth observou que tudo isso se aplica apenas a assinaturas feitas a partir de janeiro de 2019 — o Facebook tem participação nos lucros daquelas registradas antes disso.

A companhia de Mark Zuckerberg afirma permitir que os criadores criem grupos exclusivos para assinantes. Além disso, está expandindo o programa Facebook Stars, a moeda virtual que permite aos usuários dar gorjetas aos jogos. Atualmente, o recurso está em fase de teste com criadores de vídeo que não são relacionados a games. A empresa diz que os desenvolvedores ganharão 1 centavo por cada estrela enviada por um fã. E sim, a companhia fatura aqui também — embora diga que sua fatia diminui à medida que os usuários passaram comprar pacotes maiores de Estrelas.

O Facebook também está fazendo várias considerações relacionadas a anúncios. Dentre elas, fomos informados que os criadores de conteúdo poderão limitar os anúncios em um vídeo a formatos “não interruptivos”, como os anúncios precedentes e gráficos, para que não haja os irritantes intervalos inseridos no meio dos vídeos, por exemplo. Além disso, poderão compartilhar sua audiência com anunciantes na plataforma Brand Collabs Manager, para segmentação de anúncios. E eles também serão capazes de visualizar seus dados no Instagram no Estúdio do Criador do Facebook.

Orseth disse que o objetivo da empresa é “criar um conjunto de produtos de monetização que possam ser usados “individualmente” ou em um pacote. Ela sugeriu que, embora os intervalos de anúncios funcionem melhor para criadores de conteúdo com um público-alvo amplo, as assinaturas são melhores para aqueles com um “público leal” e as colaborações de marca “funcionam bem em todos os lugares”.

Dadas as controvérsias mais amplas sobre  quem consegue ganhar dinheiro nas principais plataformas on-line, Orseth e a equipe do Facebook também foram questionados sobre a elegibilidade para a monetização. A empresa diz que cada produto tem seus próprios requisitos de elegibilidade e que, por enquanto, estão analisando cada aplicativo para participar do Brand Collabs Manager e das assinaturas de fãs.

Fonte: Techcrunch