Para muitos, “Inteligência Artificial” soa como algo distante, futurista. Mas o que muitos não percebem é como ela já influencia vários aspectos de nossas vidas, sem que sequer nos demos conta.

“Não é mais hora de perguntar se a inteligência artificial irá influenciar a indústria da música. Ela já faz isso de várias formas. Agora, é hora de nos perguntarmos como ela irá influenciar nossa forma de criar e consumir música”, diz Bernard Marr, em um artigo na Forbes.

Por exemplo, a inteligência artificial já está mudando a forma como escolhemos o que ouvir. Scott Cohen, executivo da indústria musical e fundador da The Orchard, uma das primeiras empresas focadas na distribuição digital de músicas, deu um bom exemplo durante uma conferência no início deste ano: “20.000 novas músicas são enviadas para o Spotify todos os dias”, diz ele. “Vocês acham que existe alguém ouvindo a todas elas?”.

Em vez disso as faixas são categorizadas por sistemas de inteligência artificial, e entregues aos usuários em playlists especialmente criadas para seus gostos. Até mesmo o conceito de “gênero musical” está desaparecendo, segundo o executivo, substituído por “músicas das quais eu gosto”.

Mas não é só na distribuição que a inteligência artificial se faz presente. Algoritmos já são capazes de analisar e copiar estilos musicais, como em um Doodle do Google publicado neste ano. E através de conceitos como reforço de aprendizado, podem analisar milhões de faixas e identificar padrões e características mais populares para criar, ou ajudar a criar, o próximo sucesso.

Segundo Marr, músicos e produtores vão precisar adquirir conhecimento em tecnologia para poder tirar proveito do potencial das ferramentas de IA em seu trabalho. Isso se não forem substituídos: serviços com o LANDR https://www.landr.com/en/ usam inteligência artificial para masterizar músicas de forma mais rápida, e barata, do que os seres humanos, e já produziram mais de 10 milhões de músicas.

Até mesmo a descoberta de novos talentos pode ser influenciada, usando ferramentas que analisem dados de redes sociais, streaming e participação do público em eventos para descobrir em quem uma gravadora tem de investir. O “olheiro” pode desaparecer, e ser substituído pela análise de curtidas e comentários no YouTube (Justin Bieber começou assim…)

Cohen conclui dizendo que até mesmo o conceito de “pop star” está em perigo. “Máquinas podem compor músicas excelentes, e não tem ego. O Instagram democratizou completamente a fotografia, será que o mesmo acontecerá com a música? Será que usaremos IA para nos ajudar a compor, da mesma forma que usamos um corretor ortográfico ao digitar? Espere até os músicos realmente começarem a trabalhar com IA e veja o que eles serão capazes de criar. Como seria “Dark Side of the Moon” com IA? Do que o Pink Floyd seria capaz com as ferramentas de 2019?”.

Fonte: Forbes (1) e (2)