Empresas americanas encontraram um jeito de ignorar Trump e negociar com a Huawei

Uma brecha nas definição do que é um produto "americano" está possibilitando as vendas, que estão acontecendo há duas semanas, pelo menos.
Redação26/06/2019 16h04, atualizada em 26/06/2019 17h10

20190624031234

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

As fabricantes de chips dos Estados Unidos, ignorando o pedido do governo Trump para que tecnologias norte-americanas não fossem vendidas à Huawei sem autorização, ainda estão vendendo milhões de dólares em produtos para a companhia chinesa. Os componentes começaram a ser enviados há três semanas. Foi o que noticiou o New York Times.

Fontes disseram ao jornal que a Intel e a Micron estão se beneficiando de uma provisão sobre como as mercadorias são rotuladas para enviá-las para a Huawei. Isso porque aquelas que são produzidas no exterior por empresas americanas nem sempre são consideradas de fabricação americana.

No mês passado, a Huawei foi colocada na “lista negra de entidades” dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva basicamente banindo a empresa do país. Isso porque, segundo Trump, seus laços estreitos com o governo chinês ameaçam a segurança nacional norte-americana — o que a Huawei nega.

Uma semana depois que Trump assinou o pedido, o Departamento de Comércio dos EUA reduziu suas restrições à Huawei, concedendo uma licença geral temporária que permitirá à fabricante de telefones manter as redes existentes e emitir atualizações para telefones, tablets e outros dispositivos já à venda até meados de agosto. Contudo, o envio de componentes para futuros produtos já enfrenta as sanções.

Os movimentos provocaram confusão na indústria. O CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, disse durante uma teleconferência, nesta terça-feira (25), que cessou as remessas para a Huawei no mês passado, mas as retomou há duas semanas depois que “determinou que poderíamos retomar legalmente” algumas delas. “No entanto, existe uma incerteza considerável em torno da situação da Huawei”, acrescentou.

“Como já discutimos com o governo dos EUA, agora está claro que alguns itens podem ser fornecidos à Huawei de acordo com a lista de entidades e regulamentos aplicáveis”, escreveu John Neuffer, presidente da Associação da Indústria de Semicondutores, em comunicado na sexta-feira (21/06).

“Cada empresa é impactada de forma diferente, com base em seus produtos e cadeias de suprimentos específicos, e cada uma deve avaliar a melhor forma de conduzir seus negócios e permanecer em conformidade”. A Intel se recusou a comentar. Micron e a Huawei não responderam até o momento da publicação dessa matéria.

(Via Cnet)

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital