Radiohead é hackeado e divulga material para passar a perna em hacker

Autor do ataque ameaçava expor material inédito da banda, que decidiu divulgá-lo de qualquer forma para acabar com a extorsão
Renato Santino12/06/2019 21h54, atualizada em 12/06/2019 22h10

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A banda Radiohead encontrou a forma perfeita de lidar com um ataque hacker que roubou 18 horas de gravações inéditas da época do lançamento de “OK Computer”, um dos álbuns mais famosos do grupo, que chegou às lojas em 1997. Em vez de se tornarem reféns e cederem à extorsão, eles preferiram divulgar por conta própria o material roubado.

Segundo Jonny Greenwood, guitarrista da banda, o hacker estava pedindo US$ 150 mil para que o material não fosse divulgado na internet. A banda preferiu publicar o conteúdo de qualquer forma em vez de lidar com a chantagem, dando ao público a oportunidade de comprar o material por 18 libras esterlinas (quase R$ 90 na cotação atual).

A banda também decidiu não ficar com o dinheiro da venda do conteúdo para si. Os valores recebidos pela aquisição do material que havia sido obtido pelo hacker serão destinados ao movimento Extinction Rebellion, que organiza protestos e manifestações a favor de causas ambientais.

“Nós fomos hackeados na semana passada. Alguém roubou o arquivo de minidiscos do Thom [Yorke, vocalista] da época do ‘Ok Computer’ e ameaçou divulgar se não pagássemos US$ 150 mil. Então, em vez de reclamarmos (muito) ou ignorar, estamos lançando todas as 18 horas no Bandcamp em favor do Extinction Rebellion. Apenas pelos próximos 18 dias. Então, por 18 libras, você pode descobrir se nós deveríamos ter pago o resgate”, diz Greenwood em seu perfil no Twitter.

Até o momento não se sabe como o ataque se desenvolveu, o que pode ter se dado, por exemplo, pela instalação de malware no computador de algum membro da banda. Também não se sabe se as autoridades foram acionadas para investigar o caso.

Os próprios membros da banda afirmam que o material não é muito interessante e jamais foi pensado para ser consumido pelo público, o que significa que não houve qualquer interesse em fazer com que ele não fosse tedioso. Entre os áudios estão solos de bateria, testes de instrumentos e sons ambiente gravados fora do estúdio.

Mas vale a pena passar a perna no hacker, não? E os fãs mais ávidos da banda certamente vão quer conhecer o material raro. Eles podem adquirir o conteúdo neste link.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital