Os chefes de inteligência dos EUA realizaram uma série de reuniões confidenciais com empresas americanas e executivos de tecnologia do Vale do Silício para avisá-los dos perigos de fazer negócios na China. Segundo o jornal Financial Times, esse seria mais um sinal da postura cada vez mais agressiva de Washington em relação ao comércio entre os dois países.

De acordo com aqueles que participaram, as sessões são projetadas para destacar os riscos do comércio com a China – especialmente a ameaça de ataques cibernéticos e roubo de propriedade intelectual. Dentre aqueles que ministram as conversas estão figuras de alto nível da comunidade de inteligência dos EUA, como Dan Coats, diretor de inteligência nacional.

Em uma declaração dada ao jornal, o senador republicano Marco Rubio – um dos políticos que organizou a ação – descreveu a lógica por trás dessas ações. “O governo chinês e o partido comunista representam a maior ameaça a longo prazo para a segurança econômica e nacional dos EUA”, disse Rubio. “É importante que as empresas, universidades e organizações comerciais dos EUA compreendam plenamente essa ameaça”.

As reuniões começaram a ser realizadas em outubro, e estão presentes em um contexto de piora nas relações comerciais entre os dois países e uma postura cada vez mais agressiva em relação ao país asiático por parte das comunidades policiais e de inteligência dos EUA. A intervenção mais significativa ocorreu na semana passada, com a Casa Branca anunciando que as empresas norte-americanas serão impedidas de comprar equipamentos de telecomunicações de determinadas empresas estrangeiras, incluindo a chinesa Huawei.

A administração Trump diz que essa proibição é necessária para combater a ameaça de vigilância e espionagem de equipamentos fabricados na China. A proibição pode ter um grande impacto nos consumidores do mundo todo, principalmente levando em conta que o Google não vai mais fornecer a versão completa do seu sistema operacional móvel Android para a Huawei.

 

Via: The Verge