Quantos asteroides potencialmente podem colidir com a Terra? Existe alguma instituição que cuida especificamente desse risco? Para os curiosos de plantão, a NASA respondeu as 10 perguntas mais frequentes sobre o tema em um post recente do Jet Propulsion Laboratory (JPL).
Confira abaixo as respostas para as 8 mais importantes:
Por que existem asteroides impactando a Terra?
Eles giram em torno do Sol assim como nós. Às vezes, a gravidade de outros planetas – ou asteroides maiores – afeta suas órbitas e causam um desvio. Com o passar do tempo, esse desvio pode levar o asteróide a entrar em órbita próximo à Terra. Se a distância for inferior a 30 milhões de quilômetros de nosso planeta, nós classificamos o corpo como Near Earth Object ou NEO (sigla em inglês).
Por que nós os consideramos uma ameaça só agora e não antes?
Basicamente porque não sabíamos que eles eram uma ameaça. Até a década de 1980, não tínhamos indícios de que a extinção dos dinossauros fora causada por um meteoro que caiu no que, hoje, é a cratera de Chicxulub. Nós também não tínhamos visto um impacto ao vivo até 1994, quando o Shoemaker-Levy 9 atingiu Jupiter.
Com que frequência eles impactam o nosso planeta?
Todos os dias, 100 toneladas de materiais caem na Terra. A maior parte é poeira, areia e pequenas rochas que se desintegram na atmosfera formando o que conhecemos como estrelas cadentes. De vez em quando, passamos por regiões do Sistema Solar com alta quantidade dessas partículas e o que conhecemos como uma chuva de estrelas. Agora, meteoros do tamanho de uma casa, que não se desintegram quando entram na atmosfera, aparecem com intervalos de décadas. O de Chelyabinsk, na Rússia, é o exemplo recente.
Quem cuida de tudo isso?
O grupo que responsável pelo monitoramento dos NEO é o Minor Planet Center (MPC) em Cambridge, Massachusetts. Quando um astrônomo detecta um novo asteroide ou um cometa próximo, ele envia seus dados para este centro, que é responsável por calcular as respectivas trajetórias futuras.
Existe uma organização encarregada de procurá-los?
Em 1998, e por ordem do Congresso dos EUA, a NASA fundou o programa de Observações de Objetos Próximos à Terra (Near-Earth Object Observations ou NEOO). Existem várias equipes de astrônomos espalhados pelo mundo dedicados à detecção e monitoramento de NEOs. Seus dados vêm de diferentes observatórios em todo o planeta. O programa também é responsável por calcular com precisão a órbita do objeto.
Como você procura os maiores e mais perigosos?
Em 1998, quando começamos a catalogar os NEOs, conhecíamos cerca de 500 desses objetos. Até 2010, 90% dos cerca de 1.000 asteroides próximos de mais de um quilômetro já são conhecidos. A NASA prioriza a descoberta desses asteroides porque seu impacto na Terra teria consequências globais. A cada ano, novos corpos são descobertos. E, dependendo do caso, já são monitorados.
Sabemos quão próximos esses asteroides estão?
Sim, neste momento há duas missões enviadas para analisar asteroides e até mesmo amostras de superfície: OSIRIS-REx, pela NASA, e Hayabusa 2, pela Agência Espacial Japonesa no asteroide Ryugu. O primeiro é esperado para retornar com uma amostra do asteroide Bennu em 2023.
Podemos desviar um asteróide?
Ele pode ser desviado de seu curso se for detectado com tempo suficiente para lançar um interceptador. A NASA está investigando várias maneiras possíveis de desviar cursos destes corpos celestes. O principal deles é atingir o asteroide em questão com um projétil. Esse é o objetivo da missão Teste de Redirecionamento de Duplo Asteróide (DART), que decolará em 2021. Seu destino será o Didymos B, o menor dos asteroides binários presentes no grupo NEO. A espaçonave colidirá com rochas do tamanho de um estádio de futebol. Os astrônomos medirão, da Terra, como o impacto afeta um asteroide — com uma trajetória potencialmente perigosa, dez anos antes da sua potencial colisão com o planeta Terra.