Quando os primeiros seres humanos pousaram na Lua em 13 de setembro de 1959, acabaram deixando vários registros e evidências, desde a icônica pegada de Neil Armstrong até sacos com… fezes. Entretanto, só depois de 50 anos a NASA percebeu que isso poderia ser um problema.

Agora, a agência especial norte-americana planeja uma missão para recuperar os 96 invólucros deixados para trás. Os cientistas também têm interesse em estudar esses resíduos para ver se é possível encontrar algo vivo neles.

Cerca de 50% da massa das fezes é composta de bactérias, representando algumas das mais de 1.000 espécies de micróbios que vivem no seu intestino. Em um pedaço de cocô vive todo um ecossistema e, até onde se sabe hoje, a Lua, era estéril e sem vida antes do Apollo 11. Ou antes daquele filme dos Transformers, O Lado Oculto da Lua. 

Com o pouso, foi levada a vida microbiana da Terra para um ambiente extremo. O que significa as fezes humanas – junto com sacos de urina, restos de comida, vômito e outros resíduos, que também pode conter vida microbiana – na Lua eles representam um experimento natural, embora não intencional.

A NASA enviou 6 missões Apollo para 6 locais diferentes na Lua, e um total de 12 astronautas pousaram na superfície do satélite. Esses jogaram fora o lixo pensando que tudo seria higienizado pela radiação solar. “Eu ficaria realmente muito surpreso se alguma coisa sobrevivesse”, disse Charlie Duke, tripulante do Apollo 16 que passou 71 horas na Lua em 1972. Os astronautas tiveram que deixar seus resíduos na superfície lunar para reduzir o peso na espaçonave. Dessa forma, eles poderiam trazer o máximo possível de amostras de rochas lunares e do solo. 

 

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Durante o vôo para lá, os astronautas contaram com “uma sacola de plástico que foi colada nas nádegas para capturar as fezes”, segundo a NASA. A questão que os cientistas estão perguntando é se alguma coisa está viva nesses sacos, que podem levar a importantes insights sobre as condições extremas que a vida pode suportar. Mas para os astrobiólogos há uma boa chance de que uma combinação de radiação e temperatura extrema tenha matado os micróbios nos sacos.

Mesmo que os micróbios estejam mortos, os cientistas ainda podem investigar quanto tempo eles sobreviveram ou se eles se adaptaram. Analisar os resíduos também pode nos ajudar a entender a origem da vida na Terra e se é possível trazer a vida a um astro morto. 

 

Via: VOX