Estudantes roubaram US$ 1 milhão da Apple com golpe do iPhone falso

Eles davam aparelhos falsos e não-funcionais para a assistência técnica e recebiam de volta aparelhos verdadeiros e funcionais
Renato Santino05/04/2019 01h16

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Dois estudantes de engenharia chineses, que moravam no estado do Oregon, nos EUA, conseguiram uma façanha impressionante. Eles orquestraram uma sequência de golpes contra a Apple que conseguiu roubar quase US$ 1 milhão da empresa em iPhones. Para isso, eles abusaram da assistência técnica da empresa.

O esquema começou em 2017, com o contrabando de milhares de iPhones falsificados da China para os EUA, como relata o site The Oregonian. Os estudantes levavam os aparelhos até a assistência alegando que os dispositivos não funcionavam, esperando um reparo ou a substituição do aparelho. Em muitos casos, a Apple forneceu um celular novo e verdadeiro no lugar do falsificado. Foram 3.069 solicitações, e a Apple acabou fornecendo 1.493 iPhones originais no lugar dos falsos.

O esquema era consideravelmente elaborado. A acusação aponta que Yangyang Zhou era o responsável por trazer os aparelhos falsos da China, enquanto seu parceiro, Quan Jiang, levava os aparelhos até a Apple, fazendo o contato pessoalmente ou pela internet. Quando a Apple retornava um aparelho verdadeiro, os dispositivos eram levados novamente para a China, onde eram vendidos, e o dinheiro era transferido para a mãe de Jiang, que enviava a quantia de volta para os EUA.

Como a Apple caiu nesse golpe? A explicação é que os funcionários da empresa não conseguiam verificar a autenticidade dos aparelhos pelo fato de que eles não ligavam. Os golpistas alegavam que o dispositivo estava sob garantia, e aparentemente a Apple não pedia uma prova de que o produto havia sido comprado de forma regular.

A Apple chegou a notificar os dois diretamente com uma ordem para que eles parassem com a prática, afirmando que sabia que Jiang estava importando aparelhos falsificados entre junho e julho de 2017, mas essas notificações nunca foram respondidas.

Nenhum dos dois foi preso até o momento e alegam não saber que os aparelhos que vinham da China eram falsificados. Apesar de estarem em liberdade, ambos respondem a processos pelas ações: Yangyang Zhou é acusado pela exportação ilegal de produtos, enquanto Quan Jiang responde por tráfico ilegal de produtos falsificados e fraude eletrônica.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital