Damares quer usar sistema de carros roubados para achar crianças desaparecidas

Ministra do governo Bolsonaro disse que conversou com Google e Facebook sobre o projeto
Redação02/04/2019 14h23, atualizada em 02/04/2019 15h07

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O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, liderado pela ministra Damares Alves, planeja utilizar o sistema integrado de cadastro de carros roubados usado pela polícia para reformular o cadastro nacional de pessoas desaparecidas.

Segundo a coluna do jornalista Domingos Fraga, do portal R7, a ideia é substituir o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas por um sistema semelhante ao Sinal (Sistema Nacional de Alarmes), mantido pela Polícia Rodoviária Federal.

O Sinal é um sistema integrado de cadastro de carros roubados que permite ao dono do veículo registrar o roubo no site da PRF. Os dados ficam à disposição dos policiais por meio de um aplicativo de celular. Assim, durante abordagens pelas estradas do país, os agentes podem identificar mais facilmente veículos roubados em circulação.

A ministra Damares Alves pediu um estudo para avaliar se esse sistema pode ser adaptado e implantado na busca por crianças desaparecidas. “Temos um sistema que localiza carros roubados, mas nenhum que se dedique a encontrar crianças desaparecidas”, disse a ministra em uma postagem no Twitter. “Já conversei com a PRF para utilizarmos essa tecnologia em prol da vida e da família.”

Além disso, Damares diz que conversou com Facebook e Google sobre uma possível parceria no desenvolvimento de um sistema para localizar pessoas desaparecidas. Segundo a ministra, as empresas “se mostraram dispostas” a ajudar. O Olhar Digital apurou que uma reunião entre representantes do ministério e das empresas ocorreu na última semana, mas nenhuma parceria com o governo federal foi concretizada neste encontro.

Nos Estados Unidos, o Google oferece um mecanismo chamado de “Amber Alerts“. Ao pesquisar por uma região no buscador ou no Google Maps, o usuário recebe um alerta caso naquele local uma criança tenha sido reportada como desaparecida. O Facebook também tem um serviço de “Amber Alerts” com base na localização do usuário. Para isso, as empresas utilizam uma base de dados fornecida pelo governo norte-americano.

Em nota, a rede social disse, por meio de sua assessoria de imprensa: “procuramos dialogar frequentemente com diferentes autoridades governamentais, organizações da sociedade civil e acadêmicos para apresentar os recursos e programas que criamos para garantir a segurança da nossa comunidade”. Mas também afirmou que “não tem novidades para anunciar”.

O Google também confirmou que “teve uma conversa com a equipe da ministra Damares Alves para discutir pautas em comum sobre segurança digital”. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa também diz: “mantemos o diálogo aberto com diversos setores sobre nossas ferramentas e iniciativas que têm potencial de contribuir para o país nesta área. No momento, não temos nada para anunciar”.

O Brasil possui um Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, lançado em 2010, mas o site do serviço está desatualizado há meses. No ano passado, o governo federal informou que a plataforma seria reformulada, mas desde então, e após a mudança de comando no governo – de Michel Temer para Jair Bolsonaro -, nada foi oficializado.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital