Nos últimos anos, o Banco Central vem atuando de forma bastante admirável com o intuito de aumentar a competição no mercado financeiro e, assim, oferecer melhores serviços e de forma mais acessível aos consumidores. Neste ano, além das discussões sobre open banking e pagamentos instantâneos, o decreto que flexibilizou a participação do capital estrangeiro nas fintechs de crédito foi outro passo fundamental para impulsionar a competitividade do segmento.

Com a mudança, empresas brasileiras que possuem enorme potencial, mas limitação de capital para crescer, podem buscar esse apoio fora do país, aumentando sua capacidade de investimento e, também, de competição com outras empresas do mercado. Além disso, a resolução torna mais fácil a entrada de fintechs estrangeiras de crédito no país – o que também estimula a competitividade do setor.

A regulamentação ainda é bastante recente para apontarmos mudanças concretas no mercado, mas já é possível perceber um interesse maior de players estratégicos internacionais em relação ao Brasil. A projeção é que as fintechs passem a ter mais força para atuar no mercado de crédito brasileiro como um todo, capturando cerca de 20% do setor – atualmente, as empresas de tecnologia representam menos de 1% do volume movimentado.

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Na minha opinião, o mercado de telecomunicações é um grande exemplo das vantagens geradas pela entrada de capital estrangeiro. Com a quebra dos monopólios estatais, as empresas do setor ganharam maior potencial de investimento e os consumidores foram beneficiados com melhoria na prestação dos serviços e também ampliação do acesso. Essa inclusão também poderá ser cada vez mais vista no mercado financeiro. Pessoas e empresas que hoje estão à margem do sistema passarão a ter acesso a mais produtos, com tarifas mais baixas do que as que são praticadas pelo mercado atualmente.

O estímulo da concorrência do setor é, ao meu ver, a única forma possível de garantir uma redução sustentável de custos do sistema para a sociedade. O Brasil está em uma via muito positiva, com diversas iniciativas com este intuito como, por exemplo, a flexibilização da entrada de capital de outros países. A tendência é que esse mercado se transforme cada dia mais.