Dono de corretora de Bitcoin morre e leva R$ 700 milhões dos clientes consigo

Renato Santino04/02/2019 23h55, atualizada em 05/02/2019 10h00

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O mundo das criptomoedas é estranho e está sujeito a uma série de situações curiosas que, às vezes, podem ter consequências desastrosas. Agora a lista de coisas que pode dar errado, conta com um novo item: um homem, dono de uma corretora de criptomoedas, morrer e acabar bloqueando centenas de milhões de dólares em moedas virtuais.

Foi o que aconteceu quando Gerald Cotten, fundador da corretora de criptomoedas canadense QuadrigaCX, morreu em dezembro de 2018 aos 30 anos de idade. Como informa o Mashable,  O rapaz era a única pessoa com acesso a cerca de R$ 700 milhões em criptomoedas, e a senha acabou se perdendo com a sua morte.

Cotten recorreu a uma técnica conhecida como “cold storage” para proteger as moedas dos clientes de sua corretora. Como roubos de criptomoedas são comuns no mundo das cryptos por meio de ataques hackers, a técnica mais eficaz é manter as moedas longe da internet, onde é impossível roubá-las. O “cold storage” é isso: manter criptomoedas armazenadas em um local onde não há conectividade: muitas vezes isso pode ser feito em um HD externo, pendrive ou, no caso de Cotten, em um notebook criptografado, cuja senha de acesso ninguém conhece.

O documento do processo menciona que, armazenado no notebook há realmente uma fortuna em criptomoedas, compostas de 26.488,59834 Bitcoins; 11.378,79082 Bitcoins Cash; 11.149,74262 Bitcoins Cash SV; 35.230,42779 Bitcoins Gold; 199.888,408 Litecoins e 429.966,0131 Ethereum.

Isso gerou alguns problemas para a QuadrigaCX, como você já pode imaginar. A empresa tem cerca de 115 mil clientes que estão com sérias dificuldades de movimentar suas moedas e podem ter perdido todo o dinheiro que ali investiram, o que pode ser um problema enorme tanto para a empresa quanto para os clientes.

“Nas últimas semanas, trabalhamos extensivamente para resolver nossos problemas de liquidez, o que inclui tentar localizar e recuperar nossas muito importantes reservas de criptomoedas armazenadas em carteiras ‘frias’, que são necessárias para cumprir os depósitos e para encontrar uma instituição financeira que aceite os depósitos que são feitos para nós. Infelizmente, estes esforços não tiveram sucesso”, diz o comunicado publicado pela direção da empresa.

A situação chegou a gerar até mesmo teorias da conspiração de que a morte do fundador da empresa teria sido forjada justamente para que ele pudesse sumir com o dinheiro dos clientes, e que tudo não passa de um golpe. As ameaças de processo já se acumulam em comunidades como o Reddit, por exemplo.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital