Epidemiologistas da Universidade Macquarie, na Austrália, fizeram um estudo sobre Game of Thrones (acredite, é real) onde analisaram as mortes dos personagens principais. E descobriram que aqueles que nasceram na alta nobreza morreram em uma taxa menor do que os plebeus, e mulheres morreram em um taxa mais baixa do que os homens. Mudar de alianças em certos momentos, como o personagem de Tyrion Lannister fez ao se juntar a Daenerys Targaryen, também ajuda a viver mais na série.
Os pesquisadores publicaram suas descobertas em um jornal periódico de acesso aberto chamado Injury Epidemiology, provavelmente porque Game of Thrones cai como uma luva para qualquer um que ame lesões e epidemiologia. No artigo, os autores descreveram seus objetivos ao examinar a mortalidade dos personagens da série – e dar “aos autores uma desculpa para rever as primeiras sete temporadas antes da temporada final chegar às telas de televisão em todo o mundo em abril de 2019”.
O estudo não exigiu financiamento, observaram os autores, já que eles já possuíam acesso a todos os episódios.
Estatísticas sobre as mortes de Game of Thrones
73,7% de todas as mortes da série foram causadas por ferimentos, geralmente na cabeça e no pescoço (olá, decapitação). Outros 11,8% delas vieram de queimaduras e 4,8% foram de intoxicações. Apenas dois personagens, Maester Aemon e Old Nan, morreram de causas naturais no programa.
“O risco de morte é alto entre os personagens de Game of Thrones, disse o epidemiologista Reidar Lystad, do Instituto Australiano de Inovação em Saúde. “Até o final da sétima temporada, mais da metade dos personagens haviam morrido – 186 dos 330 personagens que incluímos neste estudo – se foram com mortes violentas”.
O tempo médio de sobrevivência dos personagens foi de 28 horas e 48 minutos em tempo de exposição na tela. E as mortes aconteciam em intervalos que duravam de apenas 11 segundos a 57 horas. (Houve 67 episódios do programa até agora.) O risco de morrer dentro da primeira hora do programa foi de 14% – Personagens novatos, tomem cuidado. Você provavelmente já se esqueceu do pobre Waymar Royce, que foi o primeiro a morrer logo após os cinco minutos iniciais do primeiro episódio da primeira temporada.
Lystad explica que os que a análise pode não apenas ajudar a entender quem tem a melhor chance de sobreviver até o final do programa, mas também pode mostrar até que ponto chegamos nos momentos sombrios da história humana.
“Poderíamos argumentar que a onipresença das mortes violentas no mundo de Game of Thrones pode ser atribuída, por exemplo, à ausência de estruturas governamentais democráticas estáveis, instituições públicas resilientes que possam fornecer bens públicos (por exemplo, escolas e hospitais) e implementação de políticas de prevenção da violência baseadas em evidências “, descreve Lystad. “Como tal, pensamos que o Game of Thrones pode nos ajudar a refletir sobre a nossa situação atual.”
E claro, identificar os vários fatores que podem estar associados a melhor chance de ficar vivo, pode ajudar os fãs a especular sobre quem viverá (por mais tempo, ao menos) na oitava e última temporada da mais badalada série desde Breaking Bad.