O Google pode voltar a enfrentar protestes de funcionários ao redor do mundo. Após queixas relacionadas à conduta da empresa em casos de abuso sexual, o novo alvo dos empregados seriam o Project Dragonfly: uma versão censurada do buscador em desenvolvimento para a China. A manifestação está recebendo o apoio da organização de direitos humanos Anistia Internacional.
Ponto central da polêmica, o Project Dragonfly tem recebido bastante questionamento ao redor do mundo. De acordo com documentos vazados, a versão censurada do Google identificará automaticamente sites bloqueados pelo governo da China e os removerá dos resultados. Isso vale também para pesquisas não permitidas por Pequim, que não retornarão resultados.
Entre as informações ocultadas pelo Project Dragonfly estariam informações sobre a liberdade de expressão, oposição políticas e assuntos atuais. Além disso, referências históricas a acontecimentos prejudiciais à imagem do regime e livros de críticas a governos autoritários também seriam removidos. Segundo a publicação do Engadget, a censura abrangeria todos os produtos do Google, incluindo busca de imagens, verificação ortográfica e sugestões de pesquisas.
As informações sobre o buscador censurado logo gerou protesto da Anistia Internacional, que abriu uma petição contra o “Project Dragonfly”. “Se o Google está considerando trocar direitos humanos por lucros na China, eles não fariam o mesmo em outros países?”, questionou o documento. A organização incentivou os funcionários a protestarem contra a criação do buscador censurado.
A princípio, os protestos nos escritórios do Google aconteceriam em países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Alemanha, Hong Kong, Países Baixos e Espanha. Nos últimos anos, diversas empresas tem feito concessões ao governo da China para entrar no gigantesco mercado chinês. No caso do Google, a medida põe em xeque bandeiras históricas da companhia quanto a liberdade de expressão e de acesso à informação.
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