O Samsung Odyssey Z é um notebook que se propõe a atender um público bastante exigente: os gamers. Turbinada por um processador Intel Core i7 de oitava geração, a ficha técnica do aparelho traz ainda 24 GB de memória RAM (DDR4), 512 GB de armazenamento SSD e placa de vídeo Nvidia GeForce GTX 1060 com 6 GB dedicados. Tudo isso, porém, vem a um preço bem salgado: R$ 14 mil.

Diante disso, será que as qualidades do notebook da Samsung compensam o alto preço? Vale a pena ficar de olho em descontos do produto para a Black Friday? Confira os prós e contras do Odyssey Z no review do Olhar Digital.

Resumão para leigos

O Samsung Odyssey Z é um notebook com um design “bem diferentão”. O aparelho se destaca por um corpo metálico bem mais fino do que outros laptops da categoria. Além de causar estranheza, o teclado rebaixado pode gerar desconfortos durante sessões de longas horas em jogos de tiro, por exemplo, e pode desagradar por não ser mecânico.

O aparelho é bastante potente: tem processador Intel Core i7 de oitava geração, 24 GB de memória RAM, 512 GB de SSD e placa de vídeo de 6 GB dedicados. Tudo isso torna o Odyssey Z capaz de rodar jogos como Forza Motorsport 7 e Fortnite com gráficos no máximo e a 60 fps. No entanto, o fato de a tela ser somente Full HD (1080p) ao invés de 4K (2160p) atrapalha bastante a experiência do jogador.

Por fim, o notebook se equilibra entre altos, como os atalhos do teclado; e baixos, como a ausência de login por biometria. Entretanto, se levarmos o preço de R$ 14 mil em consideração, o Odyssey Z larga bem atrás para quem busca custo-benefício. Veja abaixo a avaliação completa do Olhar Digital.

Design

O visual do Odyssey Z sem dúvidas é um dos aspectos que mais chamam a atenção do aparelho. De forma geral, o notebook da Samsung oferece um design externo mais discreto do que outros produtos da categoria: seu corpo metálico na cor prata é consideravelmente fino e suas linhas externas são bastante sóbrias. Mas, também há um pezinho na extravagância: com teclado “rebaixado” e saídas de ar com um visual mais arrojado.

ReproduçãoPor falar no teclado, a Samsung justifica o posicionamento para beneficiar a refrigeração do processador e da placa de vídeo, ambos localizados próximo à tela do modelo. Entretanto, a escolha também causa comprometimentos, como a falta de base de sustentação para as mãos do usuário. Isso tende gerar incômodo durante longas sessões de jogos de tiro em primeiro pessoa (FPS) ou quando o notebook está na beirada da mesa, sem que haja uma área de apoio.

Pelo preço cobrado pela Samsung, o Odyssey Z deveria ter chegado com um teclado mecânico, que oferece maior precisão no controle de jogos e melhor resposta tátil ao usuário. Além disso, o notebook carece de uma retroiluminação RGB, deixando o usuário limitado à cor vermelha. Por fim, vale destacar que o posicionamento do teclado empurrou o trackpad para uma região nada natural: à direita, onde normalmente estão as teclas numéricas do computador.

ReproduçãoJá no que diz respeito às dimensões do produto, o Odyssey Z tem uma altura/espessura de 1,8 centímetros e peso de 2,4 quilos. Está longe de ser um computador compacto e fácil de carregar na mochila como um ultrabook, especialmente por conta da tela de 15,6 polegadas. Entretanto, quando comparado com outros laptop gamers, é uma das opções mais portáteis e discretas já testadas até aqui.

Tela

A configuração do display do Odyssey Z foi uma escolha bastante infeliz por parte da Samsung. O aparelho traz uma tela LED de 15,6 polegadas com proteção antirreflexo e resolução Full HD (1080p). Seria um display de boa qualidade para um notebook qualquer, mas estamos falando de um computador que custa R$ 14 mil e que se propõe a oferecer uma experiência avançada em jogos.

ReproduçãoPor esse valor, a Samsung deveria ter equipado seu notebook gamer com uma tela 4K (2160p) ou, no mínimo, QHD (1440p). Sim, as 15,6 polegadas do laptop tem resolução menor do que as 5,8 polegadas de um Galaxy S9 e a diferença pode ser percebida a olho nu quando comparado com outro laptop QHD. Além disso, considerando que a biblioteca de jogos em 4K no PC é bem maior do que a de consoles, fica evidente de que o Odyssey Z não oferecerá uma experiência de ponta e, infelizmente, sequer aproveitará todo o seu poder de fogo.

Por fim, há mais um pequeno ponto negativo: a taxa de atualização do display de 60 Hz, bem abaixo de telas mais avançadas com 75 Hz e 120 Hz. Com essa limitação, é possível que o display do Odissey Z apresente certos borrões em jogos de ações e com elementos se movimentando rápido pela tela. Mas, este é uma problema bem menor do que a baixa resolução do display.

Desempenho

O Odyssey Z traz um hardware de ponta: processador Intel Core i7 de oitava geração (8750H) de até 4,10 GHz, 24 GB de memória RAM DDR4, armazenamento SSD de 512 GB e placa de vídeo Nvidia GeForce GTX 1060 com 6 GB GDDR5. Além disso, ele possui uma placa de rede gigabit Ethernet, conexão Wi-Fi 802.11 ac e Bluetooth 4.1. Já as saídas são: 1 HDMI, 1 USB-C, 2 USB 3.0, 1 USB 2.0 e entrada/saída de fone de ouvido.

Colocamos o hardware potente do aparelho da Samsung à prova no teste de desempenho Time Spy da 3D Mark e, obtendo 3.394 pontos no placar geral, 4.818 pontos no teste de CPU e 3226 pontos na avaliação gráfica. É um resultado bom, mas inferior aos 4.229 pontos obtidos pelo Avell G1570 Lite que tem uma GTX 1070 de 8 GB e é mais barato. Já no teste Fire Strike, a diferença obtida foi de 8547 pontos para o Odyssey Z e 11.662 pontos para o rival.

ReproduçãoTrazendo todos esses números para a usabilidade do dia a dia, o Odyssey Z não deixa a desejar no desempenho. Durante nossos testes, conseguimos rodar games como Forza Motorsport 7 e Fortnite com gráficos no máximo e a uma taxa constante de 60 quadros por segundo. Outros games que rodaram bem e com gráficos no máximo foram “Cities: Skylines”, Tropico 5 e Civilization VI. Faltou apenas…. a resolução 4K!

No quesito bateria, o componente de 54 Wh do Odyssey Z conseguiu resistir a três horas contínuas de streaming de vídeos em Full HD (1080p). Embora possa parecer pouco, é preciso levar em conta que este computador possui componentes que demandam bastante energia em comparação a ultrabooks mais finos e leves. Além disso, por mais que uma de suas vantagens seja a mobilidade, o usuário jamais conseguirá o desempenho desejado em games se estiver desconectado da tomada.

Por fim, vale destacar que o notebook já vem preparado para executar jogos de realidade virtual do Windows Mixed Reality ou de uma solução terceira como a Steam. Para isso, porém, é necessário comprar os visualizadores e controles separadamente.

Sistema operacional e funcionalidades

A Samsung equipou o Odyssey Z com o Windows 10 Home de fábrica e com alguns aplicativos próprios de galeria, suporte e troca de arquivos via Wi-Fi. Dentre eles, contudo, destaca-se o Odyssey Control: um gerenciador que exibe status de utilização do CPU, memória, placa de vídeo e refrigeração do processador e GPU. No software, é possível ativar também o modo Beast e alterar configurações de recursos que podem ser executados dentro do jogo.

ReproduçãoEntre os pontos positivos deste quesito está também as teclas de atalho sobre o mousepad do Odyssey Z. Lá, o usuário pode encontrar botões para tirar prints do seu jogo ou iniciar uma gravação em vídeo, o que tende a ser ótimo para quem deseja montar seu próprio canal no YouTube ou fazer streamings. Há ainda atalhos para modo silencioso e para aumentar a performance (Beast).

Embora não seja algo diretamente ligado ao universo gamer, uma opção de login por biometria teria melhorado consideravelmente a experiência do usuário com o Odyssey Z. Atualmente, já é possível encontrar opções mais baratas dentro da mesma categoria que contam com um leitor de impressões digitais ou reconhecimento facial via Windows Hello. Digitar senhas ou códigos de segurança em um top de linha de 2018 é realmente uma bola fora.

Preço e disponibilidade

O Odyssey Z já pode ser encontrado no site da Samsung pelo preço de R$ 14 mil (R$ 12,6 mil à vista). O aparelho é vendido em configuração única, não havendo a possibilidade de personalização e upgrade direto com a fabricante. Além disso, a única cor disponível é a prata (com a parte externa cromada).

Conclusão

Com design ousado e números grandiosos, o Odyssey Z é sem dúvida um aparelho que chegou para chamar a atenção do usuário. De forma geral, o notebook traz alguns destaques como os atalhos por cima do touchpad e o visual externo bonito, fino e sóbrio. No entanto, a Samsung dá algumas “derrapadas” difíceis de serem relevadas para um computador de R$ 14 mil.

A principal fraqueza do Odyssey Z é, sem dúvida nenhuma, a tela. A escolha do Full HD (1080p) ao invés do 4K simplesmente faz com que o aparelho abra mão de usar todo o potencial do seu hardware e de oferecer uma experiência de ponta tanto em games como no dia a dia. Nem parece que estamos falando da mesma companhia que há anos vem se destacando nos display Super Amoled QHD dos Galaxys.

ReproduçãoSe o posicionamento rebaixado das teclas pode dividir opiniões, a ausência de um teclado mecânico certamente tende a ser notada pelo público mais hardcore. Por fim, há de se destacar falta de atenção a detalhes como a retroiluminação RGB e de login por biometria, que poderiam ter melhorado bastante a experiência do usuário.

Enfim, sabemos que PCs e notebooks gamers são praticamente artigos de luxo no Brasil e que é preciso pagar muito para ter uma experiência avançada. Entretanto, as deficiências observadas pelo Odyssey Z tornam difíceis de justificar seu preço de R$ 14 mil. Afinal, com essa quantidade de dinheiro dá pra montar facilmente um kit com um Xbox One X, um PlayStation 4 Pro e uma TV 4K e ainda ter um bom troco para gastar em jogos por um bom tempo.

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