Nos últimos anos, a Inteligência Artificial deixou o mundo da ficção científica para chegar à vida real. Grandes empresas como Amazon, Google, LG e Samsung já anunciaram equipamentos inteligentes que funcionam como assistentes pessoais. E produtos como TVs, geladeiras, fogões e até máquinas de lavar com capacidade para “conversarem” entre si, responderem a comandos de voz dados por nós e de até mesmo aprender com os hábitos dos usuários serão comuns no mercado em alguns anos.
Uma prova da popularização da inteligência artificial no dia a dia são essas caixas de som inteligentes comandadas por voz, como o Amazon Echo e o Google Home, equipamentos com preços para partir de US$ 50 nos Estados Unidos. Esses dispositivos permitem ao usuário conversar com o equipamento para pedir que ele diga coisas como a previsão do tempo, encontre o restaurante japonês mais próximo de sua casa, fale os ingredientes que devem ser utilizados em uma receita que você prepara o jantar e muitas outras coisas.
Logicamente, nossos inseparáveis companheiros, os smartphones, equipamentos cada vez mais avançados e populares, não podiam ficar fora dessa revolução. De acordo com dados da consultoria Gartner, até 2022 nada menos que 80% dos dispositivos móveis terão algum tipo de Inteligência Artificial embarcada, auxiliando em funções como o reconhecimento de emoções, entendimento da linguagem natural, autenticação de usuário (substituindo as tradicionais senhas), na realidade aumentada ou mesmo na personalização do dispositivo.
Um exemplo: imagine que o telefone inteligente identifica seu rosto e, dependendo das emoções que nota pelos traços de sua face, começa a reproduzir uma música de acordo com o seu “humor”. Ou entende que o usuário está em uma reunião e suspende as notificações para que você não perca a concentração, deixando que você receba apenas as mensagens importantes. Logicamente, tudo isto sem abrir mão de recursos como potência ou duração de bateria, itens cada vez mais demandados pelos usuários. Afinal, o lançamento de Sistemas em um Chip (SoC, da sigla em inglês) para smartphones com a capacidade de desempenhar tarefas complexas de Inteligência Artificial afeta não só a forma com que os consumidores interagem com os seus telefones, mas também o desempenho deles.
Esse é um dos desafios das empresas que desenvolvem hardware e software para inteligência artificial. Por essa razão veremos mais e mais nos próximos anos, empresas divulgando suas melhorias em seus processadores para inteligência artificial, chamados APU. Recentemente a MediaTek, por exemplo, anunciou o chip Helio P70, que oferece uma melhoria de processamento em IA que chega a 30%, quando comparado à versão anterior do SoC (sistema em um chip). Com isso ele pode suportar aplicações de inteligência artificial mais complexas, como o reconhecimento humano em tempo real e encoding de vídeo com base em inteligência artificial (o que aprimora a qualidade das chamadas de vídeo mesmo quando a largura de banda da conexão é limitada). Esse recurso pode ser usado em chamadas de vídeos de softwares populares, como Skype e Facebook, além de transmissões ao vivo pelo YouTube. Ele também suporta uma variedade de experiências de foto e vídeo com recursos avançados, como embelezamento de imagens em tempo real e detecção de cena, além de um aprimorado sistema detecção facial com até 90% de precisão.
Mas esse tipo de coisa deve encarecer o meu aparelho, não é? A boa notícia é que, anteriormente, essa tecnologia de última geração só estava disponível para os telefones chamados super premium, aparelhos que poucos podem ter, pois exigem um grande investimento do consumidor. Agora já é possível encontrar esses avanços tecnológicos em dispositivos com preços acessíveis. E esses novos chipsets serão cada vez mais presentes nos dispositivos móveis. Em 2019, com certeza veremos a popularização da Inteligência Artificial nos smarpthones, que ficarão cada vez mais inteligentes. Afinal, as ferramentas e as tecnologias necessárias para isso finalmente estão disponíveis – e por preços mais acessíveis.