Nome verdadeiro e documento: como empresa chinesa quer combater vicio em jogos

Daniel Junqueira05/11/2018 15h09, atualizada em 05/11/2018 16h30

20181105130941

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Chineses que quiserem jogar games da Tencent, uma das maiores desenvolvedoras do mundo, vão precisar usar documentos oficiais para fins de controle do tempo gasto diante do celular. A medida – que já vinha sendo implantada há alguns meses – faz parte de um esforço do governo chinês para combater o vício em smartphones, jogos, e também possíveis danos à saúde causados pelo excesso de tempo dedicado ao celular.

A China tem mais de 600 milhões de jogadores, e cada um deles vai precisar se identificar quando quiser jogar games da Tencent. A desenvolvedora, com sede na cidade de Shenzhen, é responsável por títulos como “PUBG Mobile”, “Arena of Valor” (conhecido como “Honor of Kings” na Ásia) e “League of Legends”, entre outros títulos bastante populares no mundo.

Em setembro, a Tencent começou a testar o sistema de identificação para jogadores de “Honor of Kings”. A partir de então, quem quisesse jogar precisava entrar com nome real e também com documentos de acordo com um banco de dados da polícia local. Com informações de identidade disponíveis, o game restringia a quantidade de tempo diária para até duas horas, no caso de jovens entre 13 e 18 anos, e até uma hora diária para crianças até 12 anos (que só poder ser cumprida entre 8h e 21h).

A partir de agora, o sistema vai ser expandido para outros jogos da Tencent. Até o fim do ano, dez outras produções da empresa vão exigir identidade, e a partir de 2019 as restrições vão valer para todos os games da desenvolvedora. A companhia também disse no passado estar trabalhando em um sistema de reconhecimento facial para ser usado no sistema de identificação, mas ainda não há previsão de quando ele vai começar a funcionar.

A exigência de verificação de identidade faz parte de uma ação mais ampla do governo chinês para monitorar e controlar games dentro do país. Autoridades governamentais alegam que jogos eletrônicos são viciantes demais e algumas vezes muito violentos. Além disso, crianças estariam deixando de fazer o dever de casa para passar mais tempo jogando. O governo ainda acredita que o tempo excessivo na frente do celular pode contribuir com casos de miopia entre jovens.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital