O Google anunciou na última quinta-feira (18/10) o lançamento de um novo sistema que facilitará a atualização de aplicativos pelos desenvolvedores. Essa nova interface de programação promete vantagens também para os usuários, já que gastará menos tempo para serem liberadas, além da possibilidade de serem atualizadas sem fechar o app em questão.
O processo atual funcionou bem nos últimos dez anos, mas, segundo Dom Elliot, gerente de produtos do Google Play, o tamanho dos aplicativos vem crescendo continuamente e o volume de usuários também. “Na verdade, desde 2012, uma aplicação média cresceu cinco vezes (em tamanho)”, diz Elliot. Isso é compreensível, pois os desenvolvedores querem aproveitar o poder dos smartphones atuais e adaptar seus apps a cada tipo e tamanho de tela, cada processador e a cada conjunto de componentes. E no final isso se resume em softwares mais pesados.
O problema é que, quanto maior um aplicativo, mais fácil é do usuário desistir de baixar, já que o processo toma mais tempo, mais banda de internet e ocupa mais espaço no celular. E ainda há aqueles que preferem manter fotos e vídeos no aparelho do que enviar para a nuvem. E isso acaba ajudando na decisão de desistência de um download.
No sistema de hoje, a solução seria criar um APK (arquivo do aplicativo) múltiplo para cada tipo ou fabricante de smartphone (isto é, milhares e milhares de versões de um único aplicativo). É um trabalho hercúleo e que, a grosso modo, não vale a pena. Então, o que os desenvolvedores fazem? Eles aglutinam tudo em um único APK, o que significa que um usuário tem um arquivo muito pesado com código a mais que não serve para nada.
Para arrumar essa bagunça, o Google lançou dois novos sistemas no início deste ano: Android App Bundle e Dinamic Delivery. Graças a eles, o desenvolvedor carrega o arquivo AAB (Android App Bundle) com a base do aplicativo e as bibliotecas e arquivos necessários para cada tipo de smartphone separadamente. Dessa forma, quando o usuário deseja fazer o download de um aplicativo, o Google Play examina o AAB e gera um APK com as bibliotecas necessárias para o dispositivo em questão, graças ao Dinamic Delivery. Ficou muito técnico? Calma, era preciso contextualizar, o próximo passo é mais fácil.
O próximo nível chama-se “API de atualizações no aplicativo”
Sabendo de tudo isso, o que o Google precisa agora é obter as atualizações antes e também para todos os usuários, porque, embora muitos deles tenham atualizações automáticas ativadas, muitos outros tendem a não renovar as versões. Isso é sinônimo de problemas de segurança e bugs. Aí entra a nova solução chamada “In-app Updates API” ou, em português, “API de atualizações no aplicativo”, que resolve todo o problema.
Quando um desenvolvedor lança uma atualização, ele pode notificar o usuário em uma janela dentro do próprio aplicativo. Se você decidir atualizar imediatamente, uma barra ou círculo de progresso aparece, para que ele entenda que está sendo atualizado e quanto resta. E o processo de update antigo também continuará presente, sem afetar nada no Android. A atualização baixada será aplicada sem afetar a experiência do usuário a qualquer momento.
Conclusão -todos saem ganhando com o novo método de atualização
O que significa isso? Que um desenvolvedor pode implantar correções de erros graves e até mesmo novos conteúdos para um app imediatamente e sem que o usuário precise fechá-lo para poder atualizar. O processo de implementação desta API do Google é muito simples e funciona com qualquer tipo de aplicativo, seja de mensagens ou de um game, desde que se use o novo formato AAB já citado nessa matéria. E os usuários também ganham, mantendo tudo atualizado e com códigos limpos, sem “atulhar” o armazenamento do seu smartphone.
Fonte: Xataka Android