Uma das questões que mais intriga especialistas no mundo todo é se seremos escravos da tecnologia e, mais ainda, se a Inteligência Artificial (IA) irá nos dominar. Até agora, nada disso é certo. Mas, outro dia li uma frase que ilustra bem o presente e o futuro: “Robôs humanoides ameaçam apenas humanos robotizados”.
A Inteligência Artificial já faz parte do nosso cotidiano, embora ainda não permeie em todos os ambientes e para toda sociedade. Está nos assistentes virtuais, como Siri (IOS) e Google Assistant, em constante evolução que é capaz de proporcionar diálogos entre você e seu smartphone.
Ainda que de forma mais restrita a uma boa parcela da população, a Inteligência Artificial está associada à ideia da IoT (internet das coisas), e tem, por exemplo, cada vez mais espaço na indústria automobilística e na engenharia civil. Carros autônomos são testados em vários países e a produção e adoção em larga escala não demorará muito. Casas inteligentes serão uma realidade em breve, seguindo a tendência do que vimos hoje nos prédios inteligentes que, entre outros fatores, são práticos, economicamente viáveis e sustentáveis.
A ideia de Inteligência Artificial é muito mais antiga do que se imagina. Surgiu com os pensadores clássicos, que imaginavam um jeito de fazer, por exemplo, uma vassoura aprender a varrer, ou seja, um mecanismo que pudesse aprender e reproduzir.
Mas foi na década de 50, anos dourados do estudo dessa área da computação, que o termo surgiu em uma conferência na Faculdade de Dartmouth, em New Hampshire, pelo professor John McCarthy. Já naquela época, a definição de Inteligência Artificial era de um mecanismo que pudesse simular o raciocínio humano. Nos dias atuais, compreendemos que nada mais é do que a capacidade de usar algoritmos e modelos matemáticos para repetir padrões implícitos em dados não refinados, descobrir se um novo ponto de dados se encaixa ou se é similar o suficiente para prever os resultados futuros.
Estamos em plena era da 4ª Revolução Industrial, que gera mudanças sociais, comportamentais e tem impactos em nível global. Toda essa evolução, inexorável, também nos faz pensar como e o que está por vir no futuro. A Inteligência Artificial é apenas um dos sinais do caminho futuro.
Países que já perceberam que a tecnologia é eficaz, socialmente sustentável, inclusiva e com indelével ganho econômico, têm adotado o pensamento computacional já na sua base etária da pirâmide social: na escola, no ensino-aprendizagem para crianças e adolescentes. Porque a tecnologia é um benefício educacional, em primeira instância, e socioeconômico, pensando no futuro.
Embora existam algumas iniciativas na escola pública e particular, tudo ainda é muito insipiente, sobretudo na educação brasileira, que aos poucos insere computação e robótica na grade curricular.
Se a 4ª Revolução Industrial exige este tipo de educação para a vida e para o trabalho, é a partir da escola que se deve preparar aqueles que estarão na posição de liderança, ou seja, as crianças e adolescentes de hoje. Porque tudo evolui a todo instante (até a Inteligência Artificial), mas por aqui nosso sistema educacional ainda está no patamar da estagnação.
Um bom exemplo para pensarmos em um futuro inteligente é o que acontece em sala de aula quando a robótica é introduzida no currículo. Ela provoca nos alunos o desejo de desenvolvimento de suas habilidades, possibilita o pensamento crítico, o aprender a fazer, a criar e a trabalhar em equipe. Com a mão na massa, passam a compreender qual o componente de conhecimento que está por trás da tecnologia. A robótica em sala de aula, como primeiro passo para o pensamento computacional, internet das coisas e inteligência artificial, não é um mero recurso educacional. Para além disso, é a aplicação do conhecimento em prol da sociedade.