Jack Poulson deixou o cargo de chefe de pesquisa científica do Google em setembro com críticas públicas aos esforços da empresa para entrar no mercado chinês. Agora, ele está pedindo ao Congresso dos EUA que investigue o “Project Dragonfly”.

O tal “Project Dragonfly” é uma versão do buscador do Google que a empresa estaria desenvolvendo para a China. Para se adequar às regras do governo chinês, que controla a internet do país, esta versão do Google já viria com as ferramentas de censura prontas para o controle estatal do conteúdo.

Poulson não é a única pessoa a criticar o Project Dragonfly. Outros funcionários também se mobilizaram contra a iniciativa, que foi divulgada pela imprensa norte-americana, mas nunca foi confirmada de forma clara pelo Google, como explica o The Verge.

Nesta quarta-feira, 26, Poulson enviou uma carta ao Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado dos Estados Unidos. Nela, o cientista diz que deixou o Google “diante da descoberta de um padrão de decisões antiéticas e inexplicáveis por parte da liderança da empresa”.

Ele também diz que o Project Dragonfly, sobre o qual ele descobriu através da imprensa, contradiz os princípios do próprio Google, que se comprometeu a não “projetar ou implantar” qualquer tecnologia cujo propósito seja o de “violar princípios aceitáveis de direitos humanos”.

Nesta quarta, o comitê do Senado tem uma audiência marcada com Keith Enright, chefe de privacidade do Google. Poulson recomenda que os senadores questionem o executivo “sobre como o Google tem respeitado seus próprios princípios e seu comprometimento com a privacidade”.