A Niantic pode estar tomando uma atitude controversa para evitar trapaças em Pokémon Go. De acordo com relatos de usuários, o jogo estaria lendo os nomes de pastas e arquivos dos Android em busca de evidências de root no aparelho. Ao localizar algo suspeito, a empresa bloqueia o acesso ao game de realidade aumentada.
A polêmica em torno do possível abuso por parte da Niantic surgiu a partir de uma publicação de um jogador no fórum XDA Developers. Segundo o internauta, a atualização 0.115.2 do Pokémon Go passou a exibir um erro batizado de “dispositivo não autorizado” sempre que este tentava abrir o jogo em um Galaxy Note 4. O erro é comum em aparelhos com acesso ao root do Android, o que abre brechas para trapaças.
Ainda de acordo com a publicação, embora o celular tivesse sido “rooteado” anteriormente, o jogador já havia formatado o aparelho e removido o desbloqueio. Entretanto, o game só voltou a funcionar após o indivíduo checar a memória do celular e deletar todas as pastas e APKs relacionadas à prática de root. Outros internautas do fórum fizeram o mesmo teste, criando pastas com nomes sugestivos, e acabaram sendo impedidos de fazer login no game.
A questão logo levantou suspeitas de que a Niantic poderia estar abusando da permissão de acesso ao armazenamento do usuário. Afinal, a empresa não só estaria usando a concessão para gravar dados do jogo, como também para rastrear qualquer pasta ou arquivo guardados no aparelho. A varredura valeria até mesmo para a os dados armazenados em cartões microSD dos telefones.
Até o momento, a Niantic ainda não se pronunciou sobre o caso e nem respondeu aos questionamentos do usuário. O game, inclusive, foi atualizado para a versão 0.115.3, mas jogadores reclamam que as varreduras seguem acontecendo. Ou seja, há uma forte possibilidade de que a empresa tenha tomado essa atitude sem comunicar aos donos do smartphone.
Quem não concordar com a leitura de pastas pelo Pokémon Go tem duas opções: desinstalar o jogo ou isolar o aplicativo no modo sandbox, separando-o de outros programas. Enquanto a empresa não se manifesta sobre o caso, um grupo de usuários tem denunciado o aplicativo na Play Store para que o Google tome uma atitude para coibir eventuais abusos contra a privacidade.