4 coisas que ficaram piores com o Android Pie

Renato Santino13/08/2018 21h40

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O Android Pie já está é uma realidade e, embora a maioria dos usuários só vá ter contato com o sistema operacional daqui a uns dois anos, porque é assim que o ecossistema Android. No entanto, nem tudo que é novo necessariamente é bom.

O Olhar Digital já teve a oportunidade de experimentar extensivamente o Android Pie e relata para você algumas coisas no novo sistema que não ficaram muito boas ou intuitivas.

Nova navegação por gestos

O novo sistema de navegação é opcional, mas ainda é a grande novidade do Android Pie, dispensando os três botões (“Voltar”, “Início” e “Apps recentes”) em favor de apenas um, o “Início”. O “Apps recentes” é substituído pelo movimento de deslizar o dedo de baixo para cima a partir do botão “Início”, e o “Voltar” passa a ser contextual, aparecendo apenas quando um aplicativo está aberto.

O problema dessa abordagem é que, além de ser “inspirado” no iOS, é que ela implementa gestos de uma forma “meia-boca”. Parece que o Google não confia o bastante nessa nova interface para implementá-la por completo e o grande exemplo disso é o botão “Voltar”, que simplesmente não é um gesto, de modo que fica evidente que o Google não teve coragem de ir até o fundo com a sua proposta.

Se o Google queria realmente seguir o iOS, deveria implementar os gestos por completo. No sistema da Apple, a ação de voltar a tela dentro de algum aplicativo é feita com um deslizar de dedo da esquerda para a direita. Seria uma mudança um pouco mais drástica implementar essa possibilidade no Android, mas pelo menos mostraria que o Google acredita nos gestos.

Reprodução

Abrir a “gaveta” de aplicativos ficou mais trabalhoso

Desde o Android Nougat, o Google já dava pistas da intenção de trocar botões por gestos. Uma das mudanças mais interessantes foi a substituição do botão virtual que abria o app drawer, a “gaveta” de aplicativos, onde ficam aqueles apps instalados que não estão fixos na tela inicial do celular. Bastava uma deslizada de dedo para cima para abrir essa área, liberando um espaço nobre da tela do celular para outro atalho ou o que o usuário preferisse.

Com a nova navegação por gestos do Android Pie, esse movimento ficou mais complicado, então o usuário pode ser obrigado a fazer duas ações em vez de apenas uma toda vez que ele precisa abrir o drawer.

Isso porque agora esse deslizar de dedo simples de baixo para cima agora abre a tela de “Apps recentes”, mostrando também algumas sugestões de aplicativos na parte inferior do display. Se você realmente quiser abrir a gaveta, você precisa deslizar a tela novamente para cima ou então fazer um movimento bruto de deslizar da parte de baixo até o topo do painel. Não é uma boa experiência.

A nova barra de status é um problema se você recebe muitas notificações

O Android Pie tem como um dos fundamentos a adaptação para receber o infame “notch”, o corte no topo do display popularizado com o iPhone X para abrigar a câmera frontal e outros sensores em aparelhos cuja parte frontal é coberta praticamente com tela. Isso, no entanto, também afeta os usuários que usam um celular sem essa característica física.

Desta forma, os ícones de notificação agora ficam espremidos de um lado da barra de status do Android para não invadir a área dedicada ao “notch”. Se você se acostumou com muitos ícones por ali, talvez tenha que se acostumar com essa mudança desagradável.

Reprodução

Ficou mais difícil rodar dois aplicativos lado a lado

Outra novidade do Android Nougat piorada no Android Pie foi a capacidade de rodar dois aplicativos na mesma tela. Isso era feito segurando o botão de “Apps Recentes”, e então o usuário era apresenta a uma tela de seleção para escolher apps para dividir a tela.

Era um método simples e eficaz que foi descartado com o Android Pie, justamente porque o botão “Apps Recentes” tende a não existir mais. Agora, para dividir a tela, é necessário abrir a tela com os aplicativos abertos e tocar no ícone no topo do display (que é difícil de alcançar em aparelhos de tela grande) e pressionar o botão “Tela dividida”. É algo pouco intuitivo e muitos poderão achar que o Android perdeu a capacidade de rodar dois apps lado a lado.Reprodução

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital