Ausente da China desde 2010, o Google pode lançar em breve uma nova versão censurada do buscador voltada para o país asiático. Com restrições a sites e assuntos proibidos pelo governo chinês, o novo serviço já teria sido até apresentado a autoridades locais.

As informações foram repassadas por um delator ao site The Intercept. Chamado internamente de “Dragonfly”, o serviço estaria sendo desenvolvido dentro dos Estados Unidos por uma equipe de 200 funcionários do Google. Ele seria lançado na forma de um aplicativo para Android e esconderia informações de sites como Wikipedia, que é censurada na China, e assuntos considerados sensíveis pelo governo chinês.

O desenvolvimento do projeto Dragonfly teria sido iniciado em 2017. Em dezembro do ano passado, o CEO do Google Sundar Pichai teria visitado o país e apresentado a ferramenta para autoridades locais. Desde então, seu desenvolvimento foi intensificado, mas ainda dependeria de aprovação do governo chinês para ser oficialmente lançado.

O delator que repassou as informações para o site The Intercept diz ter feito isso por não concordar com a ação. Ele acredita que grandes empresas não deveriam colaborar com regimes opressores e nem facilitar a censura a populações mundiais. Ele ainda teme que o serviço chinês seja usado como base para outras ferramentas em outros países pelo mundo.

O Google operou com um buscador censurado na China entre 2006 e 2010, mas deixou o país após sofrer pressão de políticos norte-americanos pela contribuição com o governo chinês.

Em um comunicado, o Google não confirmou e nem negou a existência do projeto. “Oferecemos uma série de aplicativos móveis na China, como o Google Tradutor e o Files Go, ajudamos desenvolvedores chineses, e fizemos investimentos significativos em empresas chinesas como JD.com. Mas não comentamos especulações sobre planos futuros.”