Game é removido do Steam acusado de esconder um minerador de criptomoedas

Daniel Junqueira31/07/2018 19h04, atualizada em 31/07/2018 19h40

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Em um primeiro momento, “Abstractism” aparentava ser um game simples que era vendido por um preço bem baixo dentro do Steam. No entanto, o jogo foi removido da plataforma da Valve após ser acusado de usar o processamento do computador dos jogadores para minerar criptomoedas.

O youtuber SidAlpha foi o responsável pela denúncia de que “Abstractism” não era exatamente o que parecia. O jogo era vendido por menos de R$ 2 e exibia gráficos bastante simples. O problema é que, ao mesmo tempo, ele exigia bastante da máquina do jogador, usando mais a CPU e a GPU do computador do que sua simplicidade gráfica deveria exigir.

Ao ser questionado por um usuário nos fóruns de suporte do Steam, o desenvolvedor Okalo Union tentou justificar o uso de recursos do computador com “pós-processamento de efeitos de renderização”, mas a resposta não colou, segundo o site ArsTechnica.

O desenvolvedor foi novamente questionado por causa de um arquivo suspeito chamado “SteamService.exe”, encontrado na pasta em que o game estava instalado. O software ativou serviços anti-malware por permitir “execução remota de comandos”, o que seria necessário para se comunicar com uma plataforma de criptomoedas. Okalo Union disse que o arquivo seria necessário para um serviço de inventário do game.

O Steam roda um arquivo com o mesmo nome, mas ele está em uma pasta diferente do encontrado em “Abstractism” e não ativa serviços de malware enquanto está sendo executado.

Para finalizar a argumentação de que o jogo minera criptomoedas disfarçadamente, o youtuber lembrou que “Abstractism” incentiva o jogador a permanecer 40 horas semanais com o jogo em execução, o que rende itens cada vez mais raros para o jogador. A suspeita é que isso seja uma desculpa para forçar a pessoa a deixar o computador minerando moedas virtuais por mais e mais tempo.

As acusações do youtuber ainda envolviam outro tipo de comportamento para enganar jogadores: alguns dos itens raros distribuídos em “Abstractism” usavam o mesmo nome de itens de outros jogos populares. Com isso, seria possível usar a plataforma de troca de itens para enganar outros jogadores, que acreditariam estar recebendo algo para um game, mas acabam recebendo um item que não servia para nada.

Horas após a divulgação do vídeo de SidAlpha, a Valve removeu “Abstractism” da plataforma do Steam, dizendo que o jogo incluía “códigos não autorizados, trollava com conteúdo, e enganava consumidores.” O desenvolvedor e a publicadora do jogo, chamada Dead.Team, foram banidos do Steam.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital