Primeira recarga de smartphone: tudo o que você precisa saber

Redação26/07/2018 20h47, atualizada em 26/07/2018 21h29

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Preciso deixar o smartphone na tomada por 12 horas na primeira recarga? É preciso deixar a bateria se esgotar totalmente antes de carregar pela primeira vez? Tem problema se o celular vier da loja com menos de 100% de carga?

Estas são algumas perguntas frequentes entre pessoas leigas em tecnologia e que acabaram de comprar um smartphone Android ou um iPhone. E como sabemos, baterias de celular são quase uma bomba, de modo que todo cuidado com elas é pouco.

Para entender como funciona essa história da primeira recarga, primeiro precisamos diferenciar os dois principais tipos de celular: os smartphones e os feature phones. Os primeiros são aqueles que rodam Android ou iOS, têm loja de aplicativos e suporte a WhatsApp, Facebook e outros programas.

Já os feature phones são aqueles aparelhos bem básicos, sem loja de apps, sem sistema operacional complexo, com teclado numérico e nada de tela sensível a toques. Os mais famosos são aqueles de “flip”, que abrem e fecham para atender ou encerrar chamadas.

Além das diferenças de recursos, tem também a óbvia diferença de preço: os smartphones costumam ser mais caros porque possuem componentes mais complexos, como processador de múltiplos núcleos e alguns gigabytes de memória RAM. Outra diferença crucial é, justamente, a bateria.

Os feature phones usam baterias de níquel-cádmio ou níquel-hidreto metálico, enquanto os smartphones usam baterias de íon-lítio. A diferença entre os dois componentes está na forma como cada um lida com ciclos de recarga e quanto tempo eles levam para perder energia.

Reprodução

Muita gente se lembra que os feature phones de antigamente, como o clássico Nokia 3310, podiam passar dias sem ir para a tomada; enquanto os celulares mais novos precisam ser recarregados quase uma vez por dia. Mas se engana quem pensa que as baterias antigas eram necessariamente melhores.

Os celulares demoravam mais para precisar de recarga porque eles não tinham componentes tão famintos de energia, como processador octa-core, modem 4G e tela OLED, por exemplo. Mas, com o tempo, os feature phones apresentavam um defeito conhecido como “efeito memória”.

O problema também era chamado de “bateria viciada“. Com o tempo, os ciclos de recarga ficavam cada vez mais curtos. “Se o usuário recarregasse a bateria antes que estivesse totalmente descarregada, sua autonomia ia diminuindo”, explica Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, em artigo enviado ao Olhar Digital.

É por isso que as fabricantes recomendavam que os usuários deixassem o celular ficar totalmente zerado para só depois colocá-lo na tomada. E por isso também era necessário que a primeira carga fosse de 12 horas, já que os feature phones geralmente vinham da loja descarregados.

Segundo Fátima, a medida servia para prolongar a vida útil da bateria. Mas desde que os smartphones se popularizaram e as baterias de íon-lítio substituíram as de níquel-cádmio, esse cenário mudou. Ou seja: não, você não precisa deixar seu smartphone na tomada por 12 horas na primeira recarga.

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“As baterias de lítio são muito menores e mais leves”, explica Fátima. “Além disso, o lítio possui excelente desempenho em aplicações em que a bateria funciona em ciclos de recarga e descarga, como no celular, apresentando vida útil superior às suas antecessoras.”

Segundo a especialista, você não precisa ter nenhum cuidado especial com a bateria do seu recém-adquirido smartphone. É só colocar na tomada e tirar quando a bateria estiver cheia. Nem precisa deixar a unidade ficar totalmente descarregada para recarregar pela primeira vez.

Você pode notar que, ao tirar seu novo smartphone da caixa, a bateria dele está em 70% ou 80%. Não há motivo para se preocupar. As fabricantes fazem isso de propósito como meio de retardar a chamada “autodescarga” – quando a bateria perde energia mesmo quando não está sendo usada, uma característica do íon-lítio.

Com 70% a 80% da carga, o processo de autodescarga é mais lento do que quando a bateria está com 100% de energia. É por isso que muitos especialistas, incluindo Fátima, recomendam que você não deixe seu celular na tomada até os 100%, mas retire-o quando chegar aos 80%, para prolongar sua vida útil e o número de ciclos de recarga.

Portanto, se você comprou um smartphone com Android ou um iPhone pela primeira vez, não precisa se preocupar com a primeira recarga. Use-o tranquilamente e aproveite os recursos do aparelho que, com certeza, é mais completo do que os feature phones de bateria viciada do passado.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital