Uma reportagem do jornal The Wall Street Journal publicada nesta semana colocou o Google no centro de mais uma polêmica sobre privacidade na indústria da tecnologia. A publicação detalhou como empresas podem ter acesso às suas mensagens do Gmail de forma quase ilimitada.
Através de aplicativos de terceiros que se conectam à sua conta do Gmail para realizar funções que o próprio cliente de e-mail não possui, essas empresas, sem ligação direta com o Google, podem ler suas mensagens pessoais. Há casos em que pessoas, e não máquinas, são encarregadas de fazer isto.
Na noite da última terça-feira, 3, o Google decidiu se pronunciar sobre o caso com um texto publicado em seu blog oficial, assinado por Suzanne Frey, diretora de segurança, confiança e privacidade do Google Cloud, o departamento de serviços em nuvem do Google.
Sem citar diretamente a reportagem do WSJ, a executiva defende o Google no caso. “Para ser absolutamente clara: ninguém no Google lê o seu Gmail, exceto em casos muito específicos em que você nos pede e nos dá consentimento, ou quando precisamos para fins de segurança, como para investigar um bug ou abuso”, diz Suzanne.
A executiva também diz que aplicativos que se oferecem para acessar o Gmail de usuários passam por um extenso processo de autenticação e verificação de credenciais, para garantir que o app realmente faz o que promete, que funciona com o Gmail e que não ultrapassa nenhum limite de privacidade.
-> Conheça a história do Gmail
-> Como organizar a sua caixa de entrada no Gmail
-> Confira dicas para aproveitar melhor o Gmail
“Nós analisamos os aplicativos que não são do Google para garantir que eles continuem atendendo às nossas políticas, e os suspendemos quando descobrimos que eles não o estão fazendo”, afirma Suzanne. A executiva ainda diz que o Gmail mostra detalhadamente ao usuário as permissões que um app exige antes de ser instalado, e que cabe ao usuário conceder ou não essas permissões.
Suzanne também sugere que as pessoas usem a ferramenta de Verificação de Segurança do Google para conferir quais apps têm acesso às suas informações e para desativar aqueles em quem elas não confiam. Ela lembra também que o Google não usa mais o conteúdo dos seus e-mails para servir propaganda no Gmail. Os anúncios que você vê no serviço são gerados com base nas suas atividades em outros produtos do Google.
O texto não fala diretamente sobre as empresas citadas pelo WSJ que estariam colocando funcionários humanos para ler mensagens de usuários do Gmail, e nem garante que vai banir esses apps da sua plataforma. Suzanne conclui dizendo apenas que “o trabalho de privacidade e segurança nunca termina, e estamos sempre procurando maneiras de proteger melhor nossos usuários”.