A Foxconn, fábrica chinesa responsável por montar o iPhone para a Apple, fez uma promessa polêmica nesta semana: a empresa pretende substituir 80% de seus funcionários humanos por robôs em até dez anos.
Quem disse isso foi Terry Gou, presidente do conselho administrativo da Foxconn, durante um encontro com acionistas e executivos na sede da empresa em Taiwan nesta sexta-feira, 22, segundo informações do site Quartz.
Não é a primeira vez, porém, que um porta-voz da Foxconn dá uma declaração do gênero, sem divulgar mais detalhes. O plano da empresa de trocar funcionários humanos por robôs é antigo, mas parece estar se desenrolando mais lentamente do que o esperado.
Em 2011, a Foxconn disse que planejava produzir 1 milhão de robôs nos três anos seguintes para automatizar sua linha de produção. Na época, estimava-se que a empresa tinha cerca de 1 milhão de funcionários humanos na sua fábrica na China.
Para atingir a meta de 1 milhão de robôs em três anos, a Foxconn deveria fabricar 300 mil por ano. Mas ao final de 2012, a empresa divulgou que tinha 30 mil máquinas em operação. Um ano depois, admitiu que o plano de automação estava se provando “difícil”.
Hoje, não está claro quantos robôs a Foxconn tem em operação. Mas um relatório fiscal divulgado em 2016 dizia que a empresa tinha 837 mil funcionários humanos. Substituir 80% deles por máquinas em dez anos significa cortar 500 mil vagas de emprego.
Além disso, a relação da Foxconn – e, consequentemente, da Apple, sua principal cliente – com sua força de trabalho é motivo de polêmica há anos. Não são poucos os relatos de condições abusivas de trabalho que motivam processos e até suicídios.
Trocar pessoas por robôs seria a maneira encontrada pela montadora para manter sua linha de produção cada vez mais eficiente, reduzindo custos e sem exaurir recursos humanos.