Funcionários da Amazon se uniram contra um acordo da empresa com agentes da lei dos Estados Unidos. Em uma carta direcionada ao CEO Jeff Bezos, os empregados da companhia pedem para que a Amazon pare de vender tecnologia de reconhecimento facial para órgãos de segurança.

Na carta, o grupo de funcionários critica a Amazon por auxiliar órgãos de segurança e vigilância com o fornecimento da tecnologia Amazon Rekogntion, uma ferramenta potente de reconhecimento facial. Os funcionários dizem querer ter escolha na hora de decidir como a tecnologia desenvolvida dentro da empresa será usada.

“Nós sabemos que em meio a uma militarização histórica da polícia, direcionamento renovado a ativistas negros, e ao crescimento da força federal de deportação atualmente engajada em abusos de direitos humanos, essa vai ser mais uma ferramenta poderosa de vigilância estatal, e que vai servir para prejudicar os mais marginalizados,” diz a carta.

O grupo de funcionários também pede para a Amazon desconectar a Palantir do serviço de nuvem Amazon Web Services. A Palantir é uma empresa de monitoramento de dados que fornece tecnologia para órgãos de segurança e de imigração.

De acordo com um relatório da American Civil Liberties Union (ACLU), a Amazon fornece a ferramenta Rekognition para uso por forças policiais. Agentes da lei de Orlando, no estado da Flórida, admitem que estão testando o uso da tecnologia em partes da cidade, mas dizem que o objetivo não é de espionar cidadãos.

O relatório revoltou setores da sociedade dos Estados Unidos que temem o uso do reconhecimento facial potente desenvolvido pela Amazon para a criação de um aparato de monitoramento de pessoas que viola a privacidade de cidadãos.

A Amazon não é a única empresa que incomodou os próprios funcionários com projetos ligados a órgãos governamentais: o Google anunciou que não renovará um projeto de uso de inteligência artificial em drones do exército após pressão de seus empregados.