Normalmente equipados com chips x86 ou x64, os supercomputadores ganharam um “irmão” que usa a arquitetura ARM. Chamado Astra, ele foi desenvolvido pela HP Enterprise e é maior do mundo a usar processadores do tipo. A máquina, que será usada em pesquisas nucleares no Laboratório Nacional de Sandia, nos EUA, conta com 145 mil núcleos de processamento e 2.592 servidores – cada um com dois processadores Cavium ThunderX2 de 28 núcleos e oito canais de memória.

O supercomputador é mais eficiente no consumo de energia e também comporta mais processadores do que uma máquina com chips x86. Além disso, o chipset usado oferece 33% mais velocidade de memória – o que garante um desempenho de 2,3 petaflops, digno dos 100 supercomputadores mais potentes do mundo, de acordo com o Top500.org.

Como lembra uma reportagem do Engadget, esse foco do Astra em memória tem relação com um projeto de pesquisa da HPE, o The Machine, para desenvolver a computação baseada na memória, desenhada especificamente para a “era do big data”. É uma ideia ambiciosa da empresa, que quer basicamente “reinventar a roda” para fazer com que os processadores consigam acompanhar o aumento no volume de dados disponível.

De acordo com um texto publicado no blog da própria companhia, o conceito se resume a “dar a todos os processadores em um sistema acesso a um ‘tanque’ compartilhado de memória”. É algo bem diferente do que acontece hoje: chips podem utilizar apenas “pequenas quantidades de memória” e têm que pedir aos “vizinhos” acesso a mais dados. Esse vai e vem de pedidos acaba comprometendo o desempenho das máquinas, na visão da empresa.

No entanto, o Astra será usado, por ora, apenas como parte de um programa de protótipos do National Nuclear Security Administration, departamento norte-americano responsável pela gestão de recursos nucleares no país. O objetivo é confirmar se a máquina é realmente dá conta de todas as simulações atômicas que o laboratório de Sandia precisa realizar, e só então investir mais no sistema.