A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou recentemente a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária (pdf). Segundo a pesquisa, o número de transações bancárias com movimentação financeira feitas pelo celular cresceu 70% ao longo de 2017. No ano passado, as transações feitas pelo celular representaram 35% do total de 71,8 bilhões de operações realizadas no ano – ou seja, mais do que uma em cada três.

No total, as transações bancárias cresceram 10% ao longo do ano, puxadas por um crescimento de 30% nas transações feitas por meio digitial (celular e internet). Pelo celular, foram feitas 25,6 bilhões de transações, contra 18,6 bilhões em 2016; pela internet, foram 15,8 bilhões, um aumento suave com relação aos 15,5 bilhões em 2016.

Mesmo assim, os clientes seguem preferindo as agências e caixas eletrônicos para alguns serviços. Por exemplo: o número de solicitações de cartões de crédito em agências em 2017 foi de 5 milhões; pelo celular, foram apenas 356 mil. No entanto, esse número nas agências caiu 45% desde 2016 (quando foram feitas 9 milhões de solicitações) e subiu 53% nos celulares (ante 232 mil em 2016). Dessa forma, a pesquisa afirma que “há uma tendência de preferência digital dos clientes bancários”. 

Celular para quê?

Contratação de crédito, pagamentos de contas e solicitações de cartões de crédito foram as operações nas quais o uso de celulares teve um crescimento mais intenso ao longo do ano. Houve um crescimento de 141% nas contratações de crédito (negociações de financiamento, por exemplo) feitas por meio do celular, e o número total chegou a 225 milhões de operações desse tipo.

Quanto ao pagamento de contas, foram feitas 889 milhões de tais transações ao longo do ano. E com relação aos pedidos de cartões de crédito, o número total chegou a 356 mil. Outras operações, como tranferências e investimentos, também tiveram crescimento expressivo nesse canal (45% e 42%, respectivamente). 

No entanto, o principal uso do celular para operações bancárias é a pesquisa de saldo. Em 2017, foram feitas, 18 8 bilhões de pesquisas de saldo pelo celular, um crescimento de 34% com relação aos 14 bilhões feitos em 2016. Em parte, todo esse crescimento pode estar relacionado ao aumento da presença dos smartphones como meio de acesso à internet nos domicílios brasileiros

Dentre os clientes bancários, 43,8 milhões tinham acesso à sua conta pelo celular em 2017. E dentre eles, 15,6 milhões (36% do total) realizavam mais de 80% de suas transações por esse canal. Foram abertas 1,6 milhão de contas pelo celular em 2017.

Investimentos

O volume de recursos destinados pelos bancos à area de tecnologia aumentou 5% em 2017, chegando a R$ 19,5 bilhões. Destes, R$ 13,5 bilhões foram investimentos (melhoramentos de infraestrutura, criação de aplicativos, etc.), e os R$ 6 bilhões restantes foram despesas (relicenciamento de software, manutenção do hardware, etc.).

As áreas nas quais os bancos mais investem são inteligência artificial (na qual 80% dos bancos investem), analytics (80%), blockchain (75%), NFC ou “Near Field Communications” (55%) e internet das coisas (45%). O investimento na formação técnica dos profissionais dos bancos cresceu de 112,8 milhões em 2016 para 114,3 milhões em 2017.

Por outro lado, o número de agências físicas de bancos no país caiu de 23,4 mil em 2016 para 21,8 mil em 2017 – desde pelo menos 2012 o número de agências bancárias físicas não atingia um patamar tão baixo. De todas elas, a região Sudeste do Brasil concentra 52% enquanto, por outro lado, apenas 5% delas estão na região Norte. Também o número de caixas eletrônicos caiu a um número menor do que era em 2012. Atualmente há 170 mil caixas eletrônicos no Brasil, e só 41% são de acesso aberto.