Novos planos da TIM oferecem ligações pelo WhatsApp sem gastar dados

Renato Santino03/05/2018 22h49, atualizada em 03/05/2018 23h00

20160830101905

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Houve um tempo em que operadoras de telefonia móvel atacavam o WhatsApp. Chamavam o aplicativo de uma “operadora pirata” por fornecer um serviço parecido com os das empresas de telecom, com mensagens e chamadas de voz, utilizando as redes das companhias, mas sem as mesmas obrigações legais. Agora o jogo mudou, e a prova são os novos planos de celular da TIM, que incluem até mesmo a possibilidade de usar as chamadas de voz e vídeo no WhatsApp sem descontar dados da franquia.

O novo posicionamento não chega a ser surpreendente, no entanto. O WhatsApp é o aplicativo mais querido do Brasil, e responsável por esgotar a franquia de dados de muita gente. Oferecer uma vantagem desse tipo ao consumidor se transforma em um grande diferencial competitivo.

As mesmas vantagens se aplicam ao outro aplicativo de mensagens do Facebook, o Messenger, que também permitirá chamadas de voz e vídeo em quase todos os novos planos pré e pós da TIM, com a única exceção sendo o Controle Light.

A operadora também anunciou outros pacotes de benefícios para os planos mais caros. Os pacotes que custam R$ 55 mensais permitem usar o Waze e o aplicativo Easy Taxi sem descontar da franquia. Já os pacotes de de R$ 140 mensais ou mais permitem usar Facebook, Instagram e Twitter sem mexer nos seus dados.

Fere a neutralidade de rede?

Os novos planos da TIM utilizam uma prática conhecida como zero-rating, no qual as operadoras fecham parcerias com serviços populares para não cobrar pelo acesso a eles. Por muito tempo, essa prática ficou em uma zona cinzenta diante do Marco Civil da Internet, que determina a neutralidade da rede um de seus principais pontos.

Recentemente, no entanto, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) determinou que a prática não fere o Marco Civil, arquivando processos contra as operadoras. A decisão final sobre o tema cabe à Anatel, mas o parecer do Cade solidifica a prática e dá a ela maior legitimidade.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital