A China faz manchetes no mundo todo com seus investimentos em sistemas rigorosos de vigilância que, muitas vezes, geram polêmica por cruzar a linha entre segurança e privacidade. Nesta semana, o governo local deixou as redes sociais mais uma vez em pânico por essa prática.
Autoridades da Inspeção Municipal de Disciplina de Chaohu, no leste da China, disseram num post numa rede social que eles obtiveram, com sucesso, mensagens do celular de um suspeito, recebidas pelo aplicativo WeChat, e que já haviam sido apagadas.
O WeChat é um dos apps de mensagens mais usados no mundo, e é especialmente popular na China e outras partes da Ásia. As autoridades disseram que, acessando o histórico de mensagens apagadas de um suspeito, identificaram mais pessoas a quem deveriam interrogar no mesmo inquérito.
Foi a primeira vez que autoridades chinesas admitiram que têm acesso a conversas sigilosas de usuários, o que fez com que o post viralizasse na China. Um dia depois, segundo informações do The Verge, a postagem foi apagada, ainda sem explicação.
A Tencent, empresa que administra o WeChat, nega que seja possível acessar mensagens apagadas de um aplicativo remotamente. Assim como o WhatsApp, o WeChat promete criptografar conversas, de modo que as mensagens só ficam armazenadas nos telefones dos usuários, e não nos servidores da empresa.
O fato de a postagem ter sido derrubada também levantou dúvidas quanto à veracidade do que as autoridades chinesas estão afirmando. É possível que tenham exagerado, errado na hora de divulgar a informação ou que tenham se arrependido de revelar que têm, sim, métodos para acessar as conversas de usuários.