Uma reportagem do jornal norte-americano The New York Times desvendou um golpe praticado por criminosos no Facebook que se passam por Mark Zuckerberg, CEO e fundador da rede social, para enganar usuários vulneráveis.
O jornal encontrou 205 contas no Facebook que se passavam por Zuckerberg ou por Sheryl Sandberg, segunda em comando da rede social. Quase 100 foram removidas pela rede social após a denúncia, e ao menos 51 dessas contas praticavam o golpe do “bilhete premiado”.
Os criminosos enviam mensagens a pessoas fragilizadas, como aposentados, identificados por seus hábitos e postagens na rede social. Um deles, um ex-operador de empilhadeiras de 67 anos chamado Gary Bernhardt, perdeu mais de US$ 1.300 com o esquema.
Bernhardt recebeu uma mensagem de um suposto Mark Zuckerberg no meio de uma madrugada, informando-o de que ele havia vencido um concurso interno do Facebook que lhe renderia um prêmio de US$ 750 mil e um carro zero, contou o aposentado ao NYT.
Para retirar o prêmio, ele foi informado de que teria que comprar vales-presente do iTunes e encaminhar os códigos para um número indicado pelo suposto Zuckerberg. Em questão de horas, ele gastou um terço do seu salário de aposentado.
Foi só aí que ele percebeu o golpe. Em controle do perfil que tinha o nome e a foto de Mark Zuckerberg estavam criminosos, que vendem esses códigos de vales-presente do iTunes no mercado paralelo por quantias muito maiores.
Relatos de golpes semelhantes são comuns no Brasil: a vítima recebe um SMS (que, ela não sabe, foi enviado por criminosos) informando de um prêmio que ela teria recebido, mas que só pode ser retirado se ela colocar créditos em certos números de celular (que pertencem ao próprios bandidos).
O Facebook impede que usuários criem perfis com o nome “Mark Zuckerberg” ou “Sheryl Sandberg”, mas é relativamente fácil contornar essa proibição adicionando um segundo nome antes do sobrenome, ou trocando uma das letras da grafia de propósito.
Um porta-voz do Facebook explicou que a rede social tem ferramentas para impedir a proliferação desses perfis fakes, mas que “não é fácil” encontrar todos. Uma das contas reveladas pelo NYT estava no Facebook há mais de oito anos.