As criptomoedas podem ter sido usadas para lavagem de dinheiro pela primeira vez no Brasil. Investigadores da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro identificaram o uso de bitcoins em um esquema de superfaturamento no fornecimento de pães para as cadeias do Rio de Janeiro.
As investigações fazem parte da operação Pão Nosso, que foi deflagrada nesta terça-feira, 13, no Rio de Janeiro e estuda desvio de ao menos R$ 44 milhões em contratos de fornecimento de pães para o sistema penitenciário do estado. A Receita Federal acredita que ao menos quatro operações no valor total de R$ 300 mil usando bitcoins fazem parte do esquema.
O esquema ainda está sendo estudado, mas a Receita Federal acredita que ele pode ter sido feito como uma espécie de teste. Como criptomoedas não são reguladas em nenhum lugar do mundo, os participantes do golpe usaram bitcoins para enviar dinheiro para o exterior driblando a fiscalização dentro do Brasil.
“Palavras como doleiros, contratos com governo, laranja e lavagem de dinheiro são comuns nessa operação. O que nos chamou a atenção com relação a essa operação é que pela primeira vez aparecem operações envolvendo bitcoin. Isso realmente é uma novidade. As pessoas estão tentando sofisticar de alguma forma, talvez tentando voar abaixo do radar da Receita Federal, do Banco Central e do Coaf,” explicou Luiz Henrique Casemiro, superintendente-adjunto da 7ª Região Fiscal da Receita Federal, segundo o G1.