Projeto pretende criar Wi-Fi mais rápido em aviões do que nas redes domésticas

Renato Santino27/02/2018 00h33

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Wi-Fi em voos é um sonho em muitos sentidos: não só porque é bom demais conseguir matar o tempo em viagens longas usando a internet, como também é completamente fora da realidade pagar as altas tarifas para um serviço precário. Agora um grupo de empresas quer mudar isso por meio de uma nova aliança.

A proposta da Seamless Air Alliance é aproveitar a iminente chegada do 5G para alavancar a conectividade no ar, com acesso a rede por meio de satélite. As melhorias viriam não só de um ponto de vista de velocidades, como também de facilidade de acesso. “E se a melhor internet que você já experimentou estivesse no ar?”, é a arriscada promessa no comunicado que anuncia a criação da aliança.

O objetivo é eliminar as barreiras que separam o usuário do Wi-Fi no avião. Hoje é necessário autenticar dispositivos, criar uma conta e pagar pelo serviço, o que por si só é um processo que já desencoraja os usuários, como explica o Wall Street Journal.

Por meio de parcerias entre operadoras e empresas aéreas, a ideia é que o Wi-Fi no avião seja basicamente similar aos hotspots de operadoras que encontramos nas ruas e nos shoppings mundo afora. Basta ter um cadastro com a empresa que oferece o seu plano de dados para ter acesso ao Wi-Fi no voo, sem a necessidade de fazer um pagamento extra.

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Até o momento, são poucas as empresas que fazem parte dessa iniciativa. A companhia aérea Delta e a fabricante de aviões Airbus SE encabeçam o grupo, com operadoras como Sprint, dos Estados Unidos, e Bharti Airtel da Índia complementando a aliança. Além disso, a OneWeb, uma startup de satélites apoiada pela gigante japonesa Softbank, também faz parte do projeto.

Como é o caso em muitos desses projetos, a viabilidade depende de maior adesão para conseguir tirar o plano do papel. Para atrair mais nomes, a Seamless Air Alliance oferece algo interessante: hoje, cada empresa aérea tem seu próprio sistema especializado para oferecer internet no avião, mas a aliança espera proporcionar um corte de custos e redução de uso de recursos ao criar um novo padrão que pode ser usado por todas as empresas.

Além disso, é importante notar que esses planos não são imediatos. Os satélites da OneWeb ainda não estão habilitados a oferecer sinais de rede de alta velocidade. A empresa pretende começar a lançá-los neste ano e, se tudo der certo, em 2027 as redes estarão funcionais. A produção começou só em 2017, e 900 satélites são necessários para manter o projeto que a OneWeb tem em mente.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital