A Amazon inaugurou ontem em Seattle uma espécie de “mercado do futuro” sem funcionários, caixas ou filas. Os compradores acessam a loja passando um QR Code na catraca da entrada, pegam os itens de que precisam e os sensores e câmeras da loja cobram as compras automaticamente dos cartões registrados no aplicativo. Mas e se algum dos produtos não for cobrado?
Foi o que aconteceu com Deirdre Bosa, repórter da rede de notícias CNBC dos Estados Unidos. No primeiro dia de funcionamento da loja, Bosa fez compras na Amazon Go e percebeu que o sistema da loja deixou passar um pote de iogurte que ela pegou das prateleiras. Ela comentou sobre o problema no Twitter (o tweet pode ser visto abaixo) e perguntou à empresa o que fazer em casos como esse.
I think I just shoplifted?? #AmazonGo didn’t charge me for my Siggi’s yogurt ð¬ #nolinesnocheckout #freestuff pic.twitter.com/RDPhC5ryXD
— Deirdre Bosa (@dee_bosa) 22 de janeiro de 2018
Segundo a CNBC, a vice-presidente da Amazon Go, Gianna Puerini, respondeu o seguinte: “Em primeiro lugar, aproveite o iogurte por nossa conta”. De acordo com ela, problemas como esse “acontecem tão raramente que nós nem mesmo nos preocupamos em criar um sistemas para que os clientes nos dissessem quando isso ocorresse”.
Como funcionária da Amazon, Puerini teve acesso à loja desde o ano passado, e disse que nunca teve problemas. “Estou fazendo isso há um ano e ainda não tive nenhum erro. Então tentamos tornar muito fácil, nos raros casos em que isso ocorre, para que o sistema simplesmente remova o item e [o cliente] aproveite seu café da manhã por nossa conta”, comentou.
Tecnologia invisível
De acordo com a rede, a ideia da Amazon é que a tecnologia do mercado seja invisível: as câmeras e sensores que detectam quais produtos cada pessoa pegou não devem interferir em sua experiência de compra. E, nesse sentido, segundo Puerini, “ela tem funcionado muito bem”. O CEO da empresa, de acordo com ela, já testou a loja e, segundo a vice-presidente, “ama” a Amazon Go.
O The Verge ressalta que a maioria das lojas e mercados lidam com eventuais furtos como um custo operacional, e acabam “embutindo” esse custo no preço de outros produtos. Como a Amazon Go não precisa lidar com muitos outros custos operacionais, casos desse tipo não devem afetar consideravelmente as finanças da loja. E como a Amazon é a responsável por eventuais falhas em sua tecnologia, deixar que as pessoas consumam sem pagar nesses casos é relativamente justo.
Fora isso, o site também considera que seria bem difícil que alguém mal-intencionado conseguisse de fato roubar da loja. Afinal, é necessário se identificar digitalmente para entrar nela, e o ambiente é repleto de câmeras capazes de registrar todos os movimentos dos compradores. Com isso, mesmo uma pessoa mal-intencionada teria grande dificuldade para roubar algo de lá sem ser imediatamente percebida ou identificada.