A Microsoft não escondeu durante todo seu evento na última terça-feira o interesse em se posicionar como competidora da Apple, principalmente do Macbook, com seus novos Surfaces. O tablet Surface Pro 4 foi comparado diretamente com o Macbook Air, enquanto o Surface Book foi comparado com o Macbook Pro. Por que esta fixação?

Panos Panay, vice-presidente da Microsoft, contou em entrevista que a necessidade de comparar com os laptops da concorrente surgiu do aprendizado com o passado. Quando o primeiro Surface Pro foi apresentado, as pessoas se apressaram para compará-lo com o iPad.

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“A imprensa pegou e falou algo como: ‘isto é um iPad, veja só: o Surface é mais grosso, é mais pesado…’. Mas era uma centena de vezes mais rápido. Nós nunca recebemos a comparação correta, e foi uma briga injusta”, contou ele. De fato, o primeiro Surface Pro, com processador Intel Core i5, rodava um sistema operacional de desktop completo. Era um PC em formato de tablet que não tinha como ser tão fino quanto um iPad, porque dependia de componentes mais robustos e um sistema de refrigeração mais eficaz.

Mas a comparação injusta machucou os executivos da Microsoft. Panos Panay ainda se culpa pela mensagem errada que passou na ocasião, deixando jornalistas e consumidores confusos. Por este motivo, as comparações ficaram mais claras depois disso.

“É justo comparar o Surface Pro 4 com o Macbook Air e é justo comparar o Surface Book com o Macbook Pro. Quando eu digo ‘justo’, é no sentido relativo. Estes produtos estão na mesma categoria”, conta o executivo ao Mashable.

Para evitar a confusão, a Microsoft também tomou mais cuidado com suas apresentações de novos produtos da linha Surface. Isso pode ser notado na forma como Panay apresentou o Surface Book. O primeiro vídeo sobre o laptop simplesmente não mostrou o fato de a tela ser destacável do restante do corpo do aparelho. A ideia da empresa é que o produto seja um notebook, e não um tablet (para isso eles já tem o Surface Pro, que a empresa considera “o tablet que pode substituir seu laptop”); daí a necessidade de mostrá-lo, antes de tudo, como um notebook, e só depois revelar que ele pode ser usado como um tabletseo usuário preferir.

Via Mashable