Todo início de ano, Mark Zuckerberg, o fundador e CEO do Facebook, estabelece um “desafio pessoal” para os 12 meses seguintes. Em 2016, sua missão foi criar uma inteligência artificial, e, em 2017, foi conhecer cada estado dos Estados Unidos.

Em 2018, a missão pessoal de Zuckerberg é consertar tudo o que há de errado com o Facebook – ou, como ironicamente apontou o Gizmodo, fazer o próprio trabalho. O CEO explicou seus planos em um post feito na quinta-feira, 4, na sua rede social.

“O mundo se sente ansioso e dividido, e o Facebook tem muito trabalho a fazer”, disse Zuckerberg. O trabalho em questão, segundo ele, envolve “proteger a nossa comunidade contra abuso e ódio, defender contra a interferência de estados e nações” e “garantir que o tempo gasto no Facebook é um tempo bem gasto”.

Em 2017, o Facebook foi acusado de contribuir com diversos problemas sociais globais. A rede social foi palco para a disseminação em larga escala de notícias falsas, foi usada como arma de propaganda russa durante as eleições norte-americanas e também deu ampla voz e poder de organização a defensores de discursos de ódio e extremistas.

O principal problema é que tudo isso aconteceu, em parte, por conta da incapacidade do Facebook de moderar tudo o que seus 2 bilhões de usuários mensais fazem na rede social. Um exemplo de como consertar o Facebook, segundo Zuckerberg, está em tecnologias de descentralização, como o blockchain, que opera quase todas as criptomoedas em uso no mundo, incluindo a bitcoin.

O blockchain é um método que depende de uma rede de computadores conectados autenticando transações ou outras tarefas, de modo que o poder de decisão não fica centralizado em só uma máquina ou servidor.

Zuckerberg não dá detalhes sobre como o blockchain poderia ajudar o Facebook, mas diz que está “interessado em ir mais fundo e estudar os aspectos positivos e negativos dessas tecnologias, e como usá-las da melhor forma em nossos serviços”.

“Nós não vamos impedir todos os erros e abusos, mas, atualmente, nós cometemos erros demais”, admite o bilionário. “Se nós tivermos sucesso neste ano, então terminaremos 2018 numa trajetória muito melhor”.