EUA impedem lançamento de foguete que tentaria provar que a Terra é plana

Renato Santino27/11/2017 16h05, atualizada em 27/11/2017 16h20

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O último sábado poderia ter marcado o fim definitivo da questão sobre o formato da Terra (que, na verdade, já tem uma resposta há séculos). O americano Mike Hughes, um dublê terraplanista de 61 anos, pretendia se lançar em um foguete caseiro para coletar evidências fotográficas e ver com seus próprios olhos que o planeta é plano como uma pizza, mas seu plano teve que ser adiado.

O lançamento foi impedido de acontecer por intervenção do governo americano. Mais especificamente, o BLM (Escritório de Gestão de Terras) se colocou contra o acontecimento, que aconteceria no deserto do Mojave, na cidade de Amboy, na Califórnia, em um território público.

Hughes disse que havia conseguido permissão verbal para realizar seu lançamento, há um ano, com a aprovação ainda pendente da FAA (Administração Federal de Aviação). No entanto, o BLM diz não ter nenhum registro da solicitação e que ficou sabendo do plano pelo noticiário, informou uma representante ao Washington Post. Já a FAA não se manifestou sobre o caso.

Com o veto ao lançamento em uma área pública, Hughes diz que o plano está mantido e apenas foi adiado em alguns dias. A ideia é mover o lançamento para um terreno privado. “Ainda vai acontecer. Apenas vamos mudar o local em 5 quilômetros. É isso que acontece quando você tenta lidar com qualquer tipo de agência governamental”, ele afirma.

O plano

Hughes precisou de US$ 20 mil para montar seu foguete, mas essa verba não saiu do seu bolso. A missão é patrocinada por um grupo chamado “Research Flat Earth” (“Pesquisar a Terra Plana”). A expectativa é chegar a uma altitude de cerca de 500 metros, atingindo velocidades de aproximadamente 800 km/h no lançamento e retornar ao solo em segurança com o auxílio de paraquedas.

Em entrevista, ele afirmou que esse será apenas o primeiro passo para um programa mais ambicioso, com novos voos que deverão atingir altitudes acima dos 550 metros iniciais. O plano é usar balões para uma decolagem já em altitude elevada, o que poderia levar o foguete a 110 km do solo.

Hughes se mostra bastante cético em relação ao que cientistas afirmam de forma unânime nos últimos séculos. “Eu não acredito em ciência. Eu entendo sobre aerodinâmica e dinâmica de fluídos e sobre como as coisas se movem pelo ar, sobre bocais de determinados tamanhos para foguete e impulso. Mas isso não é ciência, é apenas uma fórmula. Não há diferença entre ciência e ficção científica”, ele afirma.

Apesar de o projeto parecer insano e um risco iminente de morte, Hughes já fez isso antes e sobreviveu para contar a história. Em 2014, ele realizou uma decolagem que chegou à altitude de 418 metros e apenas precisou passar alguns dias se recuperando dos efeitos da força G sobre seu organismo.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital