O iPhone X começou a chegar aos consumidores dos Estados Unidos nesta sexta-feira, 3, e junto com o lançamento vieram as primeiras análises da imprensa internacional.

A Apple quer redefinir a forma como usamos smartphones para os próximos 10 anos com o iPhone X, mais ou menos como fez em 2007 com o primeiro iPhone. Recursos característicos do smartphone – como o botão Home – foram abandonados, e agora ele tem uma tela enorme na parte frontal com uma barra superior bem estranha.

Como o iPhone X se saiu? A imprensa estrangeira gostou bastante dele, mas é claro que ele tem suas falhas. Abaixo separamos algumas observações feitas por jornalistas sobre o novo smartphone da Apple

Design

O iPhone X é bem diferente dos outros iPhones e isso é bem fácil de notar. No geral, o design dele é bem elegante – como iPhones costumam ser – mas não é perfeito. A barra superior, onde a Apple colocou todos os sensores do aparelho, é bastante controversa.

Alex Cranz, do Gizmodo, gostou dela. “Alguns consideram isso [a barra] uma monstruosidade, mas para mim ela representa uma ostentação profundamente satisfatória no smartphone. Ela dá à tela de 5,8 polegadas uma sensação de espaço que simplesmente não aparece em outros smartphones”, explicou.

Já Chris Velazco, do Engadget, disse que é tudo questão de costume. “É estranho no começo, mas você acaba parando de notar. Para mim, esse processo demorou menos de um dia.”

No The Verge, Nilay Patel não se mostrou um grande fã da barra superior. “Ela é feita, mas tende a desaparecer no modo retro. Mas é definitivamente mais intrusiva no modo paisagem.” Ele também ressaltou que apps de reprodução de vídeo, por exemplo, acabam sendo prejudicados pela barra superior: o vídeo nunca será exibido em tela realmente cheia, já que ou ele é cortado pela barra superior, ou vai exibir barras nas laterais para adaptar a resolução.

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Tela

O iPhone X é o primeiro iPhone a usar tela OLED em vez de um display LCD. Normalmente a tecnologia exibe imagens mais saturadas, mas será que é o caso do iPhone X?

No The Verge, Nilay Patel elogiou bastante a tela. “Em qualquer situação, a tela é excelente. O OLED do iPhone X é nítido, brilhante, vibrante, e geralmente prazeroso de olhar.” Não significa que a tela seja perfeita, e Patel notou algumas mudanças de cor dependendo do ângulo de visão – mas, segundo o jornalista, é preciso procurar o erro para encontrar, e provavelmente pouca gente vai notar no uso cotidiano.

Samuel Axon, do Ars Technica, também destacou alguns problemas de cores. “Alteração de cores e ângulos de visualização podem ser um problema em telas OLED. Neste caso, a Apple não conseguiu nada novo. Quando o display está virado em determinados ângulos, ele muda para uma tonalidade azul.” Apesar disso, ele disse que, no geral, a tela é de excelente qualidade, e que as falhas não se comparam aos erros do Google Pixel 2 XL, por exemplo.

Software, usabilidade e bateria

A ausência do botão Home representa uma mudança imensa para usuários do iPhone. Como fica a navegação pelo smartphone sem um botão físico?

“Vamos começar pelo básico. Em vez de tocar um botão Home, deslizar a dela de baixo para cima faz um app fechar e volta para a tela inicial. Ver todos os apps que estão abertos exige uma deslizada da parte inferior da tela e uma segurada por uma fração de segundo,” explicou Velazco no Engadget. “E você vê aquela barra pequena na parte inferior da tela? Deslize para a direita ou esquerda para mudar entre os apps abertos”, disse.

Aparentemente, assim como no caso da barra superior, é tudo questão de costume. Alex Cranz, do Gizmodo, não sabia direito o que esperar da mudança, mas acabou gostando. “O que mais me surpreendeu foi que eu não senti falta do Touch ID nem do botão Home”, contou. No fim das contas, a jornalista não sentiu muita dificuldade com a alteração e se adaptou bem à nova forma de usar o iPhone.

A Apple deu bastante destaque para os animojis, que mapeiam a boca do usuário para criar emojis animados. Scott Stein, da CNET, se mostrou um grande fã do recurso. “Meus filhos amaram. A câmera mapeia sua boca e movimento facial para uma variedade de personagens cartunescos – uma raposa, galinha, um alienígena, e também um cocô – para enviar mensagens animadas de até 10 segundos. Acho que elas são divertidas e não muito diferente do que o Snapchat já faz,” contou, lembrando que a tecnologia empregada pela Apple pode significar recursos futuros que transformam ainda mais os rostos e a forma de se comunicar com emojis.

Algumas coisas nunca mudam no iPhone: a bateria dá para o gasto, mas poderia ser melhor. “Ela durou mais ou menos um dia inteiro, mas eu sentia a necessidade de ficar de olho nela durante a tarde por segurança,” explicou Stein na CNET.

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Câmera e Face ID

O iPhone X tem um sistema de duas câmeras traseiras de 12 megapixels que, no geral, lembra bastante a do iPhone 8. As câmeras são ótimas, mas não são as melhores do momento. “O iPhone X tem basicamente as mesmas câmeras que o iPhone 8, e as fotos ficam praticamente iguais. Mas no fim do dia, eu acabo preferindo as imagens do Pixel 2 XL”, explicou Patel no The Verge.

A Apple abandonou o leitor de digitais do Touch ID e incluiu o Face ID, que usa reconhecimento facial para liberar acesso ao smartphone e a alguns apps. Ele não é perfeito, mas no geral funciona bem, e fica melhor conforme o tempo passa.

“No começo percebi alguns engasgos, mas a câmera TrueDepth aprendeu meu rosto desde que eu peguei o smartphone com a Apple. E agora ela não falha quando tento usar no escuro, ou quando uso maquiagem, ou quando estou sentada em um banco no parque pela manhã com o capuz na cabeça”, explicou Cranz no Gizmodo.

No Ars Technica, Samuel Axon destacou algumas vezes que o recurso não funcionou. “Algumas vezes deixou meu smartphone em uma mesa para usá-lo por lá mesmo. Ainda consigo ativá-lo quando ele está em uma superfície plana ao deslizar a tela para desbloquear, e depois deslizar novamente para deixar o Touch ID para trás e usar o PIN. Mas eu não consigo usar o Face ID para abrir tudo facilmente como fazia com o Touch ID, mesmo que eu tente olhar diretamente para a tela (a câmera não reconhece o rosto nesse ângulo). Você precisa pegar o smartphone e segurá-lo em frente ao seu rosto.”

Então o Face ID, no geral, funciona muito bem, mas elimina algumas praticidades do reconhecimento de digitais – a facilidade em posicionar o dedo no botão Home em qualquer lugar que o iPhone esteja para desbloqueá-lo, em vez de ter que pegá-lo e apontá-lo para seu rosto.