Pesquisadores criam ‘abelha robô’ capaz de voar e nadar

Redação26/10/2017 12h35, atualizada em 26/10/2017 13h47

20171026114751

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores da Universidade de Harvard vêm desenvolvendo, há anos, uma abelha robô chamada “RoboBee”. Eles já criaram diversas versões dela, e as mais recentes são capazes até mesmo de se grudar em paredes usando eletrostática. No entanto, eles recentemente divulgaram uma nova versão da RoboBee que é capaz de fazer algo que nem as abelhas de verdade fazem: nadar.

O robô tem o tamanho aproximado de um clipe de papel e pesa cerca de 175 miligramas – 14 vezes menos que uma moeda de cinco centavos. Ele é composto por um pequeno corpo e duas asas que bate para voar. Quando ele mergulha, as asas o ajudam a nadar, e também são essenciais para ajudá-lo a levantar voo depois do mergulho. O vídeo abaixo mostra ele em funcionamento:

De acordo com o IEEE Spectrum, nadar e voar são muito semelhantes: nos dois casos, trata-se de um corpo movendo-se por um fluido (o ar, no caso do voo, ou a água, no caso do nado). Por isso, o movimento usado nos dois casos é o mesmo. A diferença é que, para voar, a RoboBee bate as asas cerca de 120 vezes por segundo; para nadar, ela só faz isso nove vezes por segundo.

Decolando da água

Embora seja simples para nós sair da água, fazer isso é um desafio muito maior para um robô que pesa menos do que uma moeda. Isso porque a superfície da água tem uma força de tensão que atrai para si os objetos que estão mergulhados. Por esse motivo, o robô ficava “preso” dentro da água depois que mergulhava.

Para contornar esse problema, os pesquisadores desenvolveram um sistema que faz com que a RoboBee suba até a superfície e, então, preencha sua cavidade central com água. Nesse momento, a tensão superficial da água consegue manter o robô boiando, mesmo cheio de líquido. Dentro da cavidade central há uma placa eletrolítica que produz oxihidrogênio – uma mistura dos gases hidrogênio (H2) e oxigênio (O2).

Os gases ajudam o robô a boiar mais, e fazem com que suas asas se levantem acima do nível da superfície. Com isso, ele consegue começar a bater levemente suas asas. Nesse momento, um componente dentro da cavidade central da RoboBee produz uma faísca que faz com que o oxihidrogênio exploda. Essa pequena explosão ajuda a dar um impulso para que o robozinho se levante e comece a voar novamente.

Esse problema gerado pela tensão de superfície da água também acontece quando a RoboBee quer mergulhar. Se simplesmente pousa com leveza sobre a superfície, ela não consegue afundar depois. Mas esse caso é mais fácil de resolver: basta que ela voe com alguma atitude e depois mergulhe com força para que quebre a tensão de superfície da água e afunde.

Aplicações

A criação do robô já é, por si só, uma pesquisa interessante que permite desenvolver diversas tecnologias de automação e miniaturização. Mas a ideia dos pesquisadores é que robôs como a RoboBee possam ser usados, no futuro, na exploração de locais perigosos e pequenos demais para robôs maiores – mesmo que eles sejam úmidos.

Nesse caso, é fácil imaginar o robô sendo usado para detectar falhas em encanamentos, por exemplo. E o The Verge considera que ele também seria capaz de polinizar plantas mesmo que abelhas de verdade não existam – o que, esperamos, nunca vai ser necessário. De qualquer maneira, deve levar algum tempo até que esse momento chegue: por enquanto, o robô ainda depende de um cabo de energia para poder voar.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital