Google é processado por promover discriminação de gênero entre funcionários

Redação15/09/2017 09h14

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Três ex-funcionárias do Google abriram um processo contra a companhia por discriminação de gênero. Segundo reclamam, a gigante de buscas segue um organograma que sistematicamente penaliza as mulheres, que costumam ser lotadas em cargos menos prestigiados, resultando em pagamentos mais tímidos e menos oportunidades de crescimento.

A ação foi registrada na terça-feira, 12, no Tribunal Superior da Califórnia, em São Francisco, segundo reporta o New York Times, a quem o Google disse ainda estar analisando o caso. A porta-voz da companhia, Gina Scigliano, entretanto, já adiantou: “Discordamos das alegações centrais.”

Uma das três ex-funcionárias, Kelly Ellis, trabalhou no Google entre 2010 e 2014. Ela já tinha batido de frente com a companhia quando a deixou, tendo acusado um ex-chefe de assédio sexual. Na ação mais recente, Ellis diz que foi contratada em Nível 3, um status dado a recém-graduados, embora tivesse quatro anos de experiência profissional. Algumas semanas mais tarde, um programador homem nas mesmas condições foi contratado para sua equipe, mas em Nível 4, que garante salário e bônus mais altos.

Além disso, ela passou seus anos de Google trabalhando como programadora front-end mesmo tendo especialização em back-end. O primeiro grupo é o que foca em interface de usuário, enquanto o segundo lida com as entranhas dos produtos e, segundo Ellis, tem mais prestígio dentro do Google, com seus representantes sendo inclusive promovidos mais rapidamente.

Outra envolvida, Holly Pease, que saiu do Google em 2016 depois de passar 11 anos na companhia, acusa a ex-empregadora de negar-lhe a oportunidade de obter status como funcionária “técnica” — uma classe que ganha mais que as demais. A recusa teria ocorrido apesar de Pease possuir mais de uma década de experiência como engenheira de rede e, pior, tendo chefiado um time no Google composto majoritariamente por técnicos.

Como destaca o NYT, dados do próprio Google dão conta de que sua força de trabalho é 31% feminina, e que só 20% dessas funcionárias ocupam cargos altos de engenharia. Em um levantamento de janeiro deste ano, a empresa chegou à conclusão de que as mulheres ganham 99,7 centavos a cada dólar recebido por homens lá dentro, o que aconteceria devido a diferenças de cargo e performance.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital