Pesquisadores da Universidade da Califórnia divulgaram nesta semana a descoberta de um novo método para a realização de fotossíntese artificial – isto é, transformar a luz do sol em energia, como fazem as plantas. A descoberta faz uso de uma espécie de bactéria “ciborgue”.
Para o experimentos, os cientistas usaram uma bactéria chamada Moorella thermoacetica, que não é capaz de realizar fotossíntese naturalmente. Em vez disso, o organismo apenas transforma dióxido de carbono em ácido acético (ou ácido etanoico).
Essa bactéria foi então “alimentada” com cádmio (um metal) e com cisteína (um aminoácido). A partir daí, o organismo começou sintetizar uma camada externa de nanocristais de sulfeto de cádmio, que, por sua vez, atuam como semicondutores.
Com essa nova superfície, a bactéria transformada em ciborgue conseguiu produzir ainda mais ácido acético (que pode ser usado na produção de combustíveis), não apenas a partir de dióxido de carbono, mas também a partir de água e luz.
O processo todo ficou 80% mais eficiente do que o natural, segundo os pesquisadores. Além disso, a bactéria ciborgue não desperdiça recursos, o que torna a sua fotossíntese artificial ainda mais eficiente do que a fotossíntese realizada por plantas, que dependem de clorofila.
De acordo com Kelsey Sakimoto, um dos cientistas por trás do projeto, em entrevista ao site Phys.org, a expectativa é de que essas bactérias cobertas por nanocristais se tornem os paineis solares do futuro. Segundo ele, a fotossíntese artificial criada por sua equipe em laboratório é mais barata que a produção de hardware em larga escala.