A Asus revelou nesta quinta-feira, 17, a nova geração do Zenfone. São, na verdade, seis novos celulares divididos em três famílias diferentes, com múltiplas configurações, como se tornou uma característica da empresa nos últimos anos. O Olhar Digital teve a oportunidade de conhecer os aparelhos e mostra do que eles são capazes.

Antes de tudo, porém, é importante notar que os modelos a que tivemos acesso ainda eram aparelhos experimentais e podem não representar totalmente a experiência final do usuário.

Uma observação que vale para todos os celulares que vamos esmiuçar a seguir é a tentativa da Asus em refinar a ZenUI. Historicamente, esse foi o principal ponto fraco dos Zenfones: o excesso de aplicativos pré-instalados inúteis ou redundantes com os apps obrigatórios do Google. A empresa deu uma enxugada no bloatware e limpou a interface, deixando-a mais próxima do que vemos em um Galaxy S8.

Zenfone 4

Começando com o Zenfone 4, que é o destaque da nova geração, já que dá nome a todos os outros modelos. O celular subiu de categoria em relação ao Zenfone 3. Se antes ele era um intermediário premium, em 2017 a ideia é que ele inaugure uma nova faixa de preço, mais perto do top de linha.

Chama a atenção a preocupação com o design do modelo. Os círculos concêntricos, que são marca registrada dos produtos da Asus, ficam sob a traseira de vidro e trazem um efeito impressionante com o reflexo da luz. Isso dito, o vidro ainda é um material problemático pela tendência a acumular marcas de dedo e passar uma sensação de fragilidade, por mais que a empresa anuncie o uso do Gorilla Glass 5. Também é notável a substituição do botão Home capacitivo por um sensor de impressão digital, que até o ano passado ficava na parte de trás do celular. Ainda sobre botões capacitivos, é bom notar que agora as teclam acendem quando pressionadas, o que era uma reclamação antiga com os aparelhos da Asus.

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Se a Asus pretende lançar o Zenfone 4 como um modelo mais caro do que era o Zenfone 3, a empresa precisa justificar isso com aspectos técnicos. Neste sentido, a empresa também não faz feio: são até 6 GB de RAM, deixando o aparelho no rol dos Androids com maior quantidade de memória, com um Snapdragon 660, que é um processador de respeito, embora não faça frente ao top de linha da Qualcomm, que é o Snapdragon 835. Essa não será a única versão, no entanto: a Asus também oferecerá um modelo de 4 GB de RAM com Snapdragon 630.

Essas configurações terão a missão de sustentar o Android 7.1 (Nougat) e uma tela de 5,5 polegadas de LCD com resolução Full HD (1920×1080). Nos nossos breves testes, foi possível perceber que o aparelho é muito rápido, permitindo alternar rapidamente entre aplicativos sem qualquer sinal de travamento do celular. A tendência é que ele também consiga fazer bom uso de sua bateria de 3.300 mAh, já que a família 600 dos processadores da Qualcomm se destaca por equilibrar bem poder computacional e consumo de energia. Ela poderia ser melhor, no entanto, com uma tela AMOLED.

Completando o pacote estão as câmeras, que ficam sob o painel de vidro, permitindo uma traseira totalmente lisa, sem apresentar uma lombada. A ideia é que uma das lentes seja usada para fazer fotos mais convencionais e a outra faça imagens wide, com um ângulo de captura muito maior do que o normal. Os testes breves que pudemos fazer mostraram que o aparelho faz bom uso da abertura f/1.8 de suas lentes para registrar boas imagens mesmo sem muita iluminação, mas mais testes são necessários.

Zenfone 4 Pro

É o verdadeiro top de linha da Asus, carregando tudo que a empresa pode oferecer de melhor. Ele tem algumas características em comum com o Zenfone 4, mas algumas diferenças fundamentais: o aparelho tem 6 GB de RAM e não há versão de 4 GB; além disso, também há a aposta em um processador Snapdragon 835, que coloca o dispositivo no mesmo patamar de celulares como o Galaxy S8.

Tudo isso acaba se traduzindo em uma experiência bastante fluida de uso. Se o Zenfone 4 já não fazia feio diante de atividades mais pesadas, o Pro é ainda mais capaz de alternar rapidamente entre múltiplas tarefas exigentes, o que deve agradar aqueles usuários que costumam abrir muitos apps simultaneamente.

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Em relação a especificações, também é necessário ressaltar a escolha de uma tela AMOLED Full HD (1920×1080) de 5,5 polegadas, que deve ser capaz de economizar muita energia, ainda que a resolução esteja abaixo de concorrentes do mesmo nível. Com uma bateria de 3.500 mAh, e um processador de 10 nanômetros, o aparelho deve alcançar bom tempo de uso com uma recarga, mas mais testes são necessários.

Em termos de design, algumas mudanças mais notáveis em relação ao Zenfone 4 padrão. O aparelho deixa de lado os círculos concêntricos, transformando a traseira do celular, totalmente de vidro, em um espelho, com os mesmos prós e contras do vidro como acabamento principal. Além disso, a câmera também diverge tanto em forma quanto em função, deixando de lado a traseira totalmente lisa para abraçar uma lombada para abrigar as duas lentes, que permitem um zoom óptico de até 2x e digital de mais 5x, e que também se mostrou capaz de realizar boas fotos mesmo em condições de luz adversas.

Uma particularidade interessante do Zenfone 4 Pro é a presença de quatro microfones no aparelho. A ideia da Asus é capturar áudio de forma mais limpa e, para isso, o celular usa três dos microfones para capturar o som ambiente e entender a melhor forma de anular o ruído capturado pelo microfone principal.

Zenfone 4 Selfie

Se Zenfone 4 e Zenfone 4 Pro têm muito em comum, o modelo Selfie é totalmente diferente. Mais fino, mais leve e muito parecido em termos estéticos com o Zenfone 3 Deluxe, de 2016, o aparelho ocupa a faixa intermediária premium, com a missão de competir com aparelhos como o Moto Z2 Play, por exemplo.

São duas versões do Zenfone 4 Selfie. A primeira delas é a Pro, que tem acabamento metálico e processador Snapdragon 625, enquanto o modelo básico terá um revestimento plástico e um chipset Snapdragon 450. Assim, a versão Pro acaba sendo o modelo melhor, mais rápido, mais caro e também mais refinado esteticamente, mas as diferenças acabam aí. Haverá a opção de 3 GB ou a de 4 GB de memória RAM.

Na mão, o aparelho lembra um pouco os outros aparelhos, adotando os mesmos botões capacitivos e o sensor de digitais operando como Home. A diferença é que ele acaba sendo mais delicado, justamente por ser mais fino e leve. O tamanho é basicamente o mesmo, com tela de 5,5 polegadas e resolução 1920×1080, contando com a tecnologia AMOLED, que ajuda a poupar energia.

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Mas por que o Zenfone 4 Selfie tem esse nome? Por causa do foco na câmera frontal. Se os dois modelos detalhados anteriormente tinham câmera dupla na traseira, este aparelho usa basicamente a mesma tecnologia na parte da frente do celular, para valorizar as selfies. Com essa combinação, é possível alternar entre uma imagem simples ou wide, com um ângulo de captura muito maior. Neste caso, os nossos testes mostraram uma tendência de ruído em situações de pouca luz para selfies, mesmo com a lente dupla, o que não se repetiu com a câmera traseira.

Em relação a desempenho, o Zenfone 4 Selfie Pro terá muito em comum com o Zenfone 3 do ano passado e do Zenfone 3 Zoom deste ano, já que todos têm basicamente o mesmo hardware. Isso não chega a ser ruim, já que o Zenfone 3 foi um dos melhores celulares do ano passado e ainda é um aparelho muito bom, mas é melhor medir as suas expectativas. Assim, já sabemos bem o que esperar: um celular rápido, mas apresentando alguns limites, e bastante  eficiente no consumo de bateria, com seus 3.000 mAh.

Zenfone 4 Max

Aqui, a Asus mira o mercado de entrada e tenta ganhar o público com uma superbateria de 5.000 mAh. Este diferencial tem como ponto positivo, claro, maior tempo de uso com uma única recarga, mas conta com uma contrapartida interessante: o aparelho ficou também ficou grosso e pesado, o que pode repelir uma parte dos usuários que procurem algo um pouco mais refinado.

Assim como o Selfie, o Zenfone 4 Max chega em duas versões que divergem em acabamento e em processador. A Asus nos informa que o modelo Max Pro utilizará um Snapdragon 430 com revestimento metálico, enquanto o modelo básico usará um Snapdragon 420 com corpo de plástico. As opções de RAM serão de 2 GB ou 3 GB.

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O Max tem suas capacidades limitadas pela faixa de preço, mas, com um processador modesto, que começa a apresentar restrições em tarefas realmente pesadas, e uma tela 5,5 polegadas com resolução apenas HD (1280×720), é um fato que será possível extrair um tempo de uso absurdo com uma única recarga.

A Asus tenta apresentar o Zenfone 4 Max como a melhor câmera entre seus concorrentes diretos, o que pode fazer sentido, já que aparelhos como o Moto G5 não chegam a impressionar. Para isso, o aparelho aposta em um set-up de duas câmeras traseiras, que funcionam como o Zenfone 4 e o Zenfone 4 Selfie, combinando uma lente simples e uma wide para capturar imagens de ângulo mais amplo. Historicamente, câmeras de celulares de entrada não são lá muito impressionantes, e o Zenfone 4 Max não se destaca tanto assim da competição.